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Contestado pela oposição, Joseph Kabila toma posse na RDC

20 de dezembro de 2011

Supremo Tribunal de Justiça confirmou reeleição de presidente no escrutínio de 28.11, com 49% dos votos. Opositor Etienne Tshisekedi recebeu 32% e rejeitou resultado. Medidas de segurança foram reforçadas durante posse.

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Joseph Kabila tomou posse no Supremo Tribunal de Justiça, que confirmou sua reeleição à presidência da RDC
Joseph Kabila tomou posse no Supremo Tribunal de Justiça, que confirmou sua reeleição à presidência da RDCFoto: AP

Joseph Kabila tomou posse esta terça-feira (20.12) como presidente da República Democrática do Congo (RDC), depois da sua reeleição para um segundo mandato de cinco anos. A vitória de Kabila foi contestada pelo principal opositor do presidente, Etienne Tshisekedi.

"Eu, Kabila Kabanga Joseph, eleito presidente da RDC, juro solenemente perante Deus e a Nação observar a defesa da Constituição e das leis da República, manter a independência e a integridade do território e preservar a unidade nacional com base no interesse de todos e no respeito pela pessoa humana", discursou Kabila, durante juramento de posse no Supremo Tribunal de Justiça da RDC.

O órgão confirmou em audiência pública a decisão anunciada no passado dia 16.12, quando proclamou a vitória de Joseph Kabila com 48,95% dos votos, à frente de dez outros candidatos. Entre eles, Etienne Tshisekedi, que obteve 32,33% e se tornou o segundo candidato mais votado na eleição presidencial.

Tshisekedi sempre recusou os resultados do escrutínio de 28.11 e chegou a se auto-proclamar "presidente eleito", além de anunciar que será empossado presidente da RDC na próxima sexta-feira (23.12) no estádio dos Mártires de Kinshasa. Recorde-se que o escrutínio foi considerado manchado por inúmeras irregularidades denunciadas tanto por observadores nacionais e internacionais, bem como por muitos países.

Posse marcada por clima tenso

A cerimónia de posse de Joseph Kabila decorreu sob grandes medidas de segurança, precisamente devido ao clima muito tenso que se vive no país desde a campanha para a eleição. Mas, o presidente Kabila prometeu que vai "consagrar todas as [minhas] forças na promoção do bem estar comum e da paz e cumprir fielmente as altas funções que me foram confiadas".

O único chefe de estado que se deslocou a Kinshasa para assistir à cerimónia foi o presidente Robert Mugabe, do vizinho Zimbabué. Convidados, mas ausentes, cerca de dez chefes de estado africanos foram representados pelos respetivos chefes de governo (caso do Gabão, do Ruanda e da Tanzânia) ou pelos chefes de diplomacia (África do Sul, Angola, Burundi e Chade).

Herdeiro do poder aos 30 anos de idade após o assassinato do pai, Laurent-Desiré Kabila, em 2001, Joseph Kabila foi eleito pela primeira vez em 2006. Em janeiro deste ano, Kabila sugeriu que a Constituição do país fosse revista para que a eleição presidencial ocorresse somente numa única volta e não em duas, como era habitual. Em 2006, ele obteve um resultado de 58,05% na segunda volta contra o vice-presidente Jean-Pierre Bemba, tornando-se então o primeiro presidente da RDC eleito por sufrágio universal direto.

Autor: António Rocha
Edição: Renate Krieger

Urnas com boletins de voto na RDC; oposição, observadores e vários países denunciaram irregularidades nas eleições de 28.11
Urnas com boletins de voto na RDC; oposição, observadores e vários países denunciaram irregularidades nas eleições de 28.11Foto: picture-alliance/dpa
Principal opositor do país, Etienne Tshisekedi rejeitou derrota e diz que vai tomar posse em 23.12
Principal opositor do país, Etienne Tshisekedi rejeitou derrota e diz que vai tomar posse em 23.12Foto: AP