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TV digital

Carlos Albuquerque12 de agosto de 2008

Enquanto no Brasil, a TV digital enfrenta dificuldades de introdução, ela poderá ser captada por 90% da população alemã até o fim deste ano. Até 2010, a TV digital na Alemanha deve substituir completamente a analógica.

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TV digital também é chamada 'TV em todo lugar'Foto: picture-alliance/ ZB

Com a desativação completa das transmissões analógicas de TV na região metropolitana de Berlim, em agosto de 2003, a Alemanha assumiu papel pioneiro na introdução da TV digital na Europa, cujo padrão de transmissão é denominado DVB (Digital Video Broadcasting).

Após Berlim, a transmissão da TV digital de forma terrestre (DVB-T), ou seja, captada através de antenas internas ou externas, espalhou-se para outras regiões urbanas de grande densidade do país. Hoje, a transmissão digital terrestre cobre mais de 80% do território alemão. Até o fim de 2008, pelo menos 90% dos domicílios poderão captar a transmissão digital terrestre de canais públicos.

Além do DVB-T, existe também o DVB-C (via cabo), DVB-S (via satélite), DVB-IPI (via internet) e o DVB-H (terrestre para aparelhos móveis). Diferentemente dos primeiros tempos, um enorme espectro de aparelhos para a recepção da TV digital está hoje à disposição dos espectadores alemães, barateando preços e permitindo diversas possibilidades de convergência digital.

Mais de 200 diferentes tipos de aparelhos

Digitales Fernsehen auf der CeBIT
Em 2003, TV digital foi novidade na CebitFoto: AP

Mais de 200 diferentes tipos de aparelhos podem ser encontrados nas prateleiras alemãs. Em sua maioria, trata-se da assim chamada Set-Top Box (STB), conversores digitais conectados ao aparelho de TV. STBs existem em diferentes tamanhos, modelos e preços variam. Das mais simples, somente para a recepção do sinal, a aparelhos com disco rígido embutido para a gravação de programas. Já a partir de 50 euros (cerca de 120 reais), o consumidor alemão pode adquirir uma STB simples.

Muitos dos novos aparelhos de TV já vêm com conversor digital integrado, trata-se do IDTV (Integrated Digital TV). A televisão digital, também chamada de "Überall-Fernsehen" (TV em todo lugar), pode ser captada por PC e laptops, que também podem armazenar programas de TV captados. O mercado oferece uma série de cartões de PC e aparelhos USB para conexão externa no laptop ou PC.

Neste ano, os primeiros celulares aptos a receber a DVB-T chegaram ao mercado. No entanto, aparelhos de recepção portátil da TV digital ainda são novidade. Por outro lado, a recepção da TV digital em automóveis cresce constantemente. Marcas mais caras já oferecem o conversor digital embutido.

Críticas à subvenção

CeBIT 2006 Bildgalery Foto 6/10
DVB-H é a transmissão da TV por aparelhos portáteisFoto: AP

Outro fenômeno interessante que acompanhou a TV digital foi a volta das antigas antenas internas de TV, que se aponta em direção da torre retransmissora para a recepção do sinal. No entanto, em regiões montanhosas como na cidade de Wuppertal, no oeste da Alemanha, foi necessária a instalação de uma torre própria de retransmissão do sinal digital. A subvenção estatal de DVB-T, como no caso de torres de retransmissão, é uma das críticas que o sistema sofre na Alemanha.

Isto levou empresas privadas de transmissão a cabo a depositarem queixa contra o governo alemão na Comissão Européia, em 2002. Esta subvenção violaria a justa competição garantida no Tratado da União Européia.

Os estados alemães justificaram o subsídio como essencial para o sucesso da nova tecnologia e lembraram que as redes de transmissão a cabo foram, no início, também subvencionadas.

Dor de cabeça do governo Lula

Enquanto isso, no Brasil, o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD) enfrenta problemas de introdução. O país optou por um sistema desenvolvido a partir do modelo japonês de transmissão digital (ISDB).

Em carta, fabricantes europeus advertiram na época o governo brasileiro dos perigos que a falta de concorrência poderia acarretar no mercado. Em dezembro de 2007, iniciou-se na região metropolitana de São Paulo a transmissão da televisão digital no Brasil.

Seis meses depois, a mídia comentava que a recepção digital no país não atingia nem mesmo um ponto do Ibope. Um dos motivos para tal seria o alto preço dos conversores digitais, que por sua vez seriam encarecidos pelos softwares desenvolvidos em universidades brasileiras.

Através de incentivos fiscais e facilidades de financiamento, o governo brasileiro tenta agora contornar o problema da introdução do SBTVD, que se tornou uma dor de cabeça para a área de Comunicação do governo do presidente Lula.