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Presidente alemão pede que não se esqueça barbárie nazista

11 de abril de 2021

Nos 76 anos da libertação do campo de concentração de Buchenwald, Steinmeier diz que esquecer pode levar a que horrores se repitam: "Foi uma ditadura, mas foram pessoas, os alemães, que fizeram isso com outras pessoas".

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Steinmeier em discurso em Weimar
Steinmeier em discurso em WeimarFoto: Ronny Hartmann/REUTERS

A Alemanha lembrou neste domingo (11/04), em uma cerimônia na cidade de Weimar, os 76 anos da libertação dos campos de concentração nazistas de Buchenwald e Mittelbau-Dora, na região central do país.

Em discurso durante a cerimônia, o presidente Frank-Walter Steinmeier alertou para possíveis consequências do esquecimento da barbárie causada pela Alemanha nazista. "Qualquer um que não se lembre mais do que aconteceu”, disse ele, "também esquece o que poderá acontecer.”

"Sim, foi uma ditadura, um regime nacional-socialista que foi responsável pelos crimes mais cruéis e por um genocídio”, enfatizou o presidente. "Mas foram as pessoas, os alemães, que fizeram isso com outras pessoas".

Steinmeier apelou aos alemães que confrontem "quem deliberadamente despreza a dignidade das vítimas hoje". Ele afirmou que é importante manter viva a memória dos assassinados pelo regime nazista.

Dezenas de milhares de mortos

Entre 1937 e 1945, os nazistas enviaram quase 280 mil pessoas de toda a Europa para Buchenwald e seus 139 campos satélites. Pelo menos 56 mil pessoas foram mortas.

A maioria dos prisioneiros inicialmente eram presos políticos, mas após a Noite dos Cristais, em 1938, muitos judeus também foram enviados para lá.

Pessoas de outros grupos visados pelos nazistas, incluindo poloneses e eslavos, povos roma e sinti, comunistas, homossexuais e pessoas com doenças mentais ou incapacidades físicas também foram encarceradas em Buchenwald.

Os prisioneiros foram assassinados, usados em experiências médicas ou morreram devido à fome, doenças ou ao frio, enquanto eram forçados a trabalhar fabricando armas para o regime nazista.

Em Mittelbau-Dora, que inicialmente estava ligada a Buchenwald e mais tarde se tornou um campo dirigido separadamente, cerca de 60 mil pessoas foram encarceradas. Um terço delas morreu.

Ambos os campos ficam no que hoje é território do estado da Turíngia. Além de Steinmeier, compareceram à cerimônia neste domingo o governador do estado, Bodo Ramelow, e os sobreviventes do Holocausto Eva Fahidi-Pusztai e Alex Hacker.

A libertação dos campos

O Exército americano entrou pela primeira vez no campo de concentração nos arredores de Weimar em 11 de abril de 1945. Lá, foram encontrados 21 mil sobreviventes, incluindo várias centenas de crianças e adolescentes.

O campo de concentração de Buchenwald foi o maior campo de extermínio em território alemão até o final da Segunda Guerra Mundial.

No ano passado, as comemorações do 75° aniversário da libertação do campo de concentração tiveram que ser canceladas devido à pandemia do coronavírus.

rpr (dw/ots)