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Políticos querem fim do NPD

Agências (as)22 de dezembro de 2008

Ataque contra delegado de polícia reacende na Alemanha discussão sobre a proibição do partido de extrema direita NPD. Ministro do Interior diz que é necessário coibir com mais rigor grupos que promovem atos violentos.

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Em Munique, manifestantes pedem a proibição do partido NPD, de extrema direitaFoto: AP

A recente agressão ao delegado de polícia de Passau, Alois Mannichl, reacendeu na Alemanha a discussão sobre a proibição do partido de extrema direita NPD. Nesta segunda-feira (22/12), o ministro do Interior, Wolfgang Schäuble, disse à rede de televisão ARD que um novo processo pedindo a proibição do partido poderá ser bem-sucedido desde que haja provas claras da ligação entre o NPD e grupos da cena extremista responsáveis por atos violentos.

No final de semana, o governador da Baviera, Horst Seehofer, havia dito que pretende novamente sugerir, no Bundesrat (câmara alta do Parlamento alemão), a proibição do NPD. A cidade de Passau fica na Baviera, perto da fronteira com a Áustria.

Seehofer recebeu o apoio do governador da Turíngia, Dieter Althaus. Mas Schäuble vê com reservas uma discussão puramente política do problema.

"Corremos o risco de fazer apenas uma discussão política sobre a proibição do NPD. Precisamos nos concentrar com mais rigor nesses grupos [de extrema direita] que promovem atos violentos, e eles devem ser combatidos pela polícia com todos os meios", declarou.

Organizações neonazistas

Também o secretário-geral do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Stephan Kramer, disse recentemente que grupos organizados que atuam na cena neonazista alemã (conhecidos na Alemanha como Neonazi-Kameradschaften) são muito mais perigosos que o NPD. Para Kramer, a simples proibição do partido extremista não teria impedido o ataque ao delegado de Passau.

Schäuble defendeu ainda que a polícia dificulte a concessão de autorizações para a realização de reuniões, marchas e demonstrações dos extremistas de direita. Na Alemanha, manifestações públicas devem ser comunicadas antecipadamente à polícia e só podem ser realizadas com autorização policial.

Espiões infiltrados

O ministro alemão do Interior também lembrou que a questão dos espiões infiltrados pelos serviços de inteligência dos estados no NPD permanece sem solução. Em 2003, uma primeira tentativa de proibição do partido foi barrada pelo Tribunal Constitucional Federal da Alemanha. Os juízes não aceitaram provas contra o NPD recolhidas por espiões.

Por isso o partido A Esquerda, de oposição, exige que os estados retirem seus espiões do NPD. "A proibição do NPD seria um golpe em toda a cena extremista de direita", afirmou a deputada Ulla Jelpke. "Está mais do que na hora de dar esse passo – mas para isso os espiões precisam ser retirados."

Mais de uma semana após o atentado contra Mannichl, os investigadores ainda não têm pistas concretas que possam levar ao autor do ataque e seus possíveis cúmplices. O delegado já deixou o hospital onde havia sido internado. Ele foi atacado diante de sua residência no último dia 13, supostamente por um militante neonazista.