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Inflação na Alemanha é a mais alta em 29 anos

29 de novembro de 2021

Índice de preços ao consumidor atinge patamar mais alto em quase três décadas, impulsionado pela alta dos preços de energia e gargalos nas cadeias de abastecimento que afetam a maior economia da Europa.

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Interior de caixa registradora com notas e moedas de euro. Banco Central Europeu (BCE) quer manter a inflação anual na zona do euro, que inclui 19 países, em 2% em 2022
Banco Central Europeu (BCE) quer manter a inflação anual na zona do euro, que inclui 19 países, em 2% em 2022Foto: Picture-Alliance/dpa/J. Büttner

Dados preliminares do Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) divulgados nesta segunda-feira (29/11) demonstram que os preços ao consumidor atingiram o patamar mais alto em 29 anos em grande parte por causa dos crescentes custos de energia e gargalos na cadeia de abastecimento.

A taxa anual de inflação acelerou pelo quinto mês consecutivo e teve alta de 5,2% em novembro, impulsionada por um aumento nos preços da energia de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Em outubro, a alta da inflação foi de 4,5%, enquanto a energia subiu 18,6%.

Mas, segundo o Destatis, esta é apenas uma das razões que explica o motivo pelo qual a inflação permanece em alta desde julho. Outro fator que também pesou foi uma queda acentuada no preço do petróleo.

Impacto da pandemia

Além disso, a média dos preços em 2020 foi mais baixa do que em 2021 em razão de reduções tributárias em caráter temporário, criadas para diminuir o impacto econômico da pandemia de covid-19. A reversão dessas medidas contribuiu para a alta nos preços.

Desde janeiro deste ano, essas proteções voltaram a ser colocadas em prática após terem sido abandonadas ainda em 2020, o que faz com que o aumento da inflação em 2021 atinja seu ponto máximo, ainda que de maneira artificial.

Também pesam no aumento da inflação a escassez de matéria prima e os gargalos no abastecimento, além da introdução no início de 2021 de um imposto sobre as emissões de carbono.

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A inflação é um dos indicadores econômicos mais relevantes para o Banco Central Europeu (BCE), no que diz respeito a políticas monetárias. O BCE quer manter a inflação anual na zona da moeda única, que inclui 19 países, em 2%, ainda que esteja preparado para aceitar variações.

Expectativa de queda em 2022

Do ponto de vista da instituição, a alta atual é apenas temporária. "Presumimos que a inflação tenha atingido seu ápice em novembro, e cairá gradualmente no próximo ano, rumo à nossa meta de 2%” avalia a executiva do BCE, Isabel Schnabel.

De fato, economistas acreditam que a taxa da inflação deverá cair novamente no início do próximo ano, principalmente uma vez que as isenções tributárias deixarão de ser aplicadas.

O Conselho Alemão de Economia previu recentemente para 2022 uma queda da inflação de 2,6%.

rc (AFP, Reuters)