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Grevistas suspendem transporte público na Alemanha por 24h

2 de fevereiro de 2024

Paralisação vem na esteira da greve ferroviária e afetou 15 dos 16 estados alemães. Trabalhadores pressionam por melhores condições em setor que sofre com falta de mão de obra.

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De costas para a câmera, um funcionário de jaqueta vermelha cola um pôster na vidraça dianteira de um bonde nas primeiras horas da madrugada
Grevistas pleiteiam, entre outros pontos, redução da jornada de trabalho sem perdas salariaisFoto: Fabian Strauch/dpa/picture alliance

Após cinco dias de greve ferroviária, encerrada no início desta semana, a rede alemã de transporte público sofreu novo baque nesta sexta-feira (02/02), quando trabalhadores que operam ônibus, metrôs e bondes por todo o país cruzaram os braços por 24h em 15 dos 16 estados da Alemanha.

O estado da Baviera foi o único não afetado pela paralisação porque as negociações estão em andamento.

A ação, que durará até as 3h do sábado, foi capitaneada pelo sindicato Verdi, que mobilizou cerca de 90 mil trabalhadores em mais de 130 empresas, afetando 81 cidades e 42 distritos rurais.

A lista de reivindicações dos grevistas varia de região para região, incluindo a redução da jornada de trabalho sem perda salarial, maiores períodos de descanso entre os turnos, aumento no pagamento de férias ou a concessão de mais dias de férias.

Em Berlim, a paralisação durou apenas algumas horas e os serviços foram retomados ainda pela manhã. O estado da Renânia do Norte-Vestfália, por outro lado, é um dos mais afetados pela greve, concentrando cerca de um terço do contigente de grevistas mobilizados pelo sindicato. Funcionários do aeroporto de Hamburgo também se juntaram à paralisação.

Trens regionais e de longa distância da Deutsche Bahn, cujos funcionários estiveram em greve por cinco dias na semana passada, operam normalmente.

Transporte público amarga falta de pessoal

A falta de pessoal qualificado também tem afetado as empresas de transporte público, que estão sob pressão para atrair novos funcionários – em alguns casos, há entre 20% e 30% de vagas não preenchidas.

Segundo um estudo recente, 40% dos motoristas de ônibus e bondes do país têm mais de 55 anos – uma taxa muito superior aos 26% do total de empregados nessa faixa etária.

Ao mesmo tempo, as empresas do setor hesitam perante as demandas dos grevistas por temerem a alta de custos.

Onda de greves

Um dia antes, na quinta-feira, uma paralisação afetou 11 aeroportos na Alemanha, levando ao cancelamento de 1,1 mil voos.

Produtores rurais também têm regularmente saído às ruas no país para protestar contra o fim de subsídios à categoria.

O sindicato Verdi já sinalizou que a próxima empresa na fila dos grevistas deve ser a companhia aérea Lufthansa.

ra/bl (afp, dpa, ots)