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ConflitosSíria

EUA atacam alvos na Síria em meio a tensão no Oriente Médio

27 de outubro de 2023

Segundo Washington, missão respondeu a série de ataques contra militares americanos na Síria e no Iraque por combatentes apoiados pelo Irã. UE expressa preocupação com escalada regional do conflito entre Israel e Hamas.

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Um caça decolando
Dois caças F-16 dos EUA dispararam bombas de precisão contra alvos na Síria, segundo autoridades americanas Foto: Krystal Ardrey/U.S. Air Force via AP/picture alliance

Dois caças dos Estados Unidos bombardearam instalações de armamentos e munições localizadas na Síria nesta sexta-feira (27/10), em resposta a uma série de ataques recentes contra militares americanos na região promovidos por combatentes apoiados pelo Irã, em meio a preocupações de que o conflito entre Israel e o Hamas se espalhe pelo Oriente Médio.

O presidente americano, Joe Biden, autorizou a missão e disse que os Estados Unidos tomarão medidas adicionais se ataques promovidos por prepostos do Irã continuarem. Ele também enviou uma mensagem ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, dizendo que responderia se Teerã seguisse apoiando ações contra militares americanos.

Na última semana, militares americanos e de países aliados foram atacados pelo menos 19 vezes no Iraque e na Síria por forças apoiadas pelo Irã, em geral com o uso de drones e mísseis. Vinte e um cidadãos americanos ficaram feridos, e um sofreu um ataque cardíaco durante um desses ataques e morreu.

O ataque americano ocorreu próximo à cidade síria de Abu Kamal, na fronteira com o Iraque, e foi realizado por dois caças F-16 utilizando munições de precisão, segundo informou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, em comunicado.

Risco de escalada regional

Austin afirmou que os ataques apoiados pelo Irã contra militares americanos eram "inaceitáveis e precisam parar", e ressaltou que a operação militar desta sexta-feira era "separada e distinta do atual conflito entre Israel e o Hamas" e não constituem uma mudança na posição de Washington sobre o tema.

Já o ministro iraniano do Exterior, Hossein Amirabdollahian, disse na quinta-feira na ONU que se a ofensiva de Israel contra o Hamas não cessasse, os Estados Unidos "não serão poupados desse fogo".

Nos últimos dias, os Estados Unidos enviaram mais sistemas bélicos, navios de guerra e esquadrões aéreos para o leste do Mediterrâneo, além de mais 900 militares para suas bases no Oriente Médio, como medida dissuasória.

UE vê situação "extremamente perigosa"

Após o ataque americano contra alvos na Síria nesta sexta-feira, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reiterou seu alerta contra uma escalada regional do conflito entre Israel e o Hamas, que é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).

"Estamos cientes que essa situação é extremamente perigosa para a região e para o mundo", disse Michel em Bruxelas. A UE, segundo ele, estava ativamente tentando evitar uma "escalada regional com o risco de que o Irã se envolva diretamente ou por meio de prepostos, o que tornaria a situação muito mais difícil".

Há receio em diversos governos do Ocidente e do Oriente Médio que, caso Israel mantenha os intensos bombardeios contra a Faixa de Gaza ou promova uma invasão terrestre em larga escala do território palestino, o conflito se espalhe para outros países da região.

Israel e o Hisbolá, baseado no Líbano, trocaram ataques nas últimas semanas, e Israel também bombardeou bases aéreas e infraestrutura militares da Síria. O Hamas, a Jihad Islâmica e o Hisbolá são apoiados por Teerã.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, foi questionado em uma entrevista coletiva sobre a possibilidade de confronto com o Irã, e respondeu que Israel "não tinha interesse em expandir a guerra".

bl/ek (Reuters, DPA)