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Cúpula do G8 "salva o mundo" em dois dias

(sv)9 de junho de 2007

Mídia alemã analisa a falta de consistência das medidas apresentadas ao fim do encontro de cúpula em Heiligendamm e prevê desafios internos para a premiê Angela Merkel.

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Heiligendamm: tudo volta a ser como antesFoto: picture-alliance/ dpa

A cúpula do Grupo dos 8 na Alemanha deixou, por um lado, Angela Merkel com a imagem de uma chanceler federal "poderosa e vencedora". Por outro, ativistas e organizações internacionais apontam para a fragilidade dos resultados do encontro. Acompanhe aqui algumas análises de jornais alemães após os dias de reunião no balneário de Heiligendamm.

Miss World

"Os belos dias de tapetes vermelhos, celebrados por Merkel até o fim, se encerram. Ela tira proveito disso, o que se reflete também nas pesquisas de opinião. Uma chanceler federal soberana no círculo dos poderosos, isso as pessoas adoram. Mas de agora em diante, a Miss World vai cair de novo nos abismos da política interna. Também aí é necessário ter talento para mediar, capacidade de liderança e habilidade diplomática. Sua coalizão de governo mostra fissuras profundas. Em casa, os explosivos já estão sendo acumulados."

(Stuttgarter Zeitung)

Irmã gêmea

"Na política interna, Merkel mal pode computar pontos com isso. Pois ganhar eleições e angariar eleitores é algo que, mesmo num mundo globalizado como esse, continua acontecendo dentro de casa. E em casa Angela Merkel parece ter uma irmã gêmea, que não tem nada a ver com aquela que conduz a política externa de forma tão enérgica e definida. Anseia-se que Merkel tivesse esse mesmo afã na política interna – jogando hard ball, como dizem os britânicos, como ela mostrou a George W. Bush no palco internacional."

(Süddeutsche Zeitung)

Engodo

G8-Gipfel - Öffnung Sicherheitszaun
Cerca de segurança é aberta e 'comuns mortais' voltam a poder circular no balneárioFoto: picture-alliance/dpa

"Os 60 bilhões de dólares são um monte de dinheiro. Mesmo assim, as promessas do G8 de ajuda aos países da África nos próximos anos não têm muito valor. Não há nenhuma declaração segura a respeito de que, quando e quanto será entregue a quem. Isso é devastador, uma vez que se sabe que a integridade moral dos ricos em relação a pagamento é péssima. Diante disso, o segundo compromisso dos participantes da cúpula – a intenção de aumentar até o ano de 2010 a ajuda ao desenvolvimento – é outro engodo. Há muito se sabe que a real ajuda aos pobres seria a abertura dos mercados dos ricos para produtos estrangeiros e o fim das subvenções agrárias."

(Badische Zeitung)

Ouvidos tampados

"À Alemanha, à União Européia, mas também aos Estados do G8 falta uma compreensão do continente africano que faça jus a seu nome. As missões internacionais em regiões de crise ou deixam de acontecer (Somália) ou são iniciadas quando já é tarde demais (Congo). Para além da retórica da consternação, quase não há uma linha única de conduta em relação ao desrespeito maciço aos direitos humanos (Sudão). E quando os países africanos insistem com veemência na liberdade do comércio internacional, os grandes da globalização simplesmente tampam os ouvidos".

(Rhein-Zeitung)

Trabalho de RP

"Uau! Em menos de 48 horas, Angela Merkel salvou o clima, a África e a paz no mundo. Também seus colegas aparecem como vencedores: George W. Bush não está mais isolado e sim amistosamente integrado. Tony Blair assegura seu legado como combatente da fome no mundo. E Wladimir Putin não aparece mais como uma ameaça de guerra, mas como diplomata-mor. Infelizmente os cumprimentos precisam ser direcionados menos aos próprios políticos e mais a seus assessores de relações públicas. Afinal, foram eles que conseguiram vender como sucesso um encontro com tão pouca substância".

(taz, die tageszeitung)