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Corte do Irã aceita apelo de manifestante condenado à morte

31 de dezembro de 2022

Jovem pode ter esperança de ter sua sentença suspensa após Corte Suprema acolher recurso. Dois manifestantes já foram enforcados após julgamentos sumários de participantes de protestos contra o governo.

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Duas pessoas encenam enforcamento simbólico, com cordas no pescoço
Manifestantes na Alemanha encenam execução, em protesto contra governo iranianoFoto: Ying Tang/NurPhoto/picture alliance

A Suprema Corte do Irã concordou em revisar um recurso de um dos vários manifestantes que agora enfrentam ameaça de execução, informou neste sábado (31/12) a agência de notícias iraniana Mizan.

Sahand Noor Mohammadzadeh foi condenado à pena de morte, acusado de "travar uma guerra contra Deus", depois de supostamente incendiar uma lata de lixo e tentar quebrar uma barreira de segurança de uma rodovia durante protestos antigovernamentais no Irã.

O jovem de 25 anos, que foi preso no início de outubro, agora enfrenta a ameaça de execução – de acordo com a lei Shariah aplicada pela República Islâmica. Ele afirma que sua confissão foi forçada e desde então iniciou uma greve de fome.

"A Suprema Corte aceitou o recurso de Sahand Noor Mohammadzadeh, um dos acusados nos recentes distúrbios. Seu caso foi enviado ao mesmo ramo do Tribunal Revolucionário para revisão", informou Mizan, sem dar uma razão para a decisão.

Ao menos 26 correm risco de forca

Enquanto Mohammadzadeh ainda permanece na prisão, a decisão do tribunal de aceitar o recurso marca um possível abrandamento da resposta do Estado aos protestos generalizados que abalaram o país após a execução de dois jovens envolvidos nas manifestações antigovernamentais.

O número de manifestantes detidos que agora enfrentam a ameaça de serem condenados à morte não foi esclarecido pelas autoridades iranianas, mas a Anistia Internacional disse que o número é de pelo menos 26.

O grupo Iran Human Rights, com sede na Noruega, disse que o número pode chegar a 100. Centenas de manifestantes já foram mortos em confrontos com as forças de segurança, e outros milhares foram presos.

Onda de protestos

Os protestos começaram após a morte da jovem de origem curda Jina Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia, depois que foi presa pela chamada polícia da moralidade do país.

Embora os protestos tenham sido provocados inicialmente pelas regras estritas sobre como as mulheres se vestem, as queixas da população predominantemente jovem contra a classe dominante são muitas.

Confrontos foram registrados na maioria das cidades, bem como nas regiões mais carentes e etnicamente marginalizadas do país, como o Curdistão e o Baluquistão.

md (Reuters, AFP)