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Contra o vento e a maré: Baltic I

Mirra Banchón (gv)12 de fevereiro de 2006

A Alemanha conta com seu primeiro moinho de vento off shore, no Mar Báltico. Embora em geral a produção de energia limpa seja vista com bons olhos, não faltam "Dom Quixotes" contra os moinhos de vento.

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Em frente à costa de RostockFoto: AP

A construção do primeiro moinho de vento marinho da Alemanha chegou a sua fase final. O primeiro rotor do parque eólico Baltic I se impôs ao vento ameaçador que dificultava sua construção frente à costa de Rostock.

Com um custo de quatro milhões de euros, o moinho terá uma produção de 2,5 megawatts e abastecerá, a partir de meados deste mês, 1800 casas. Este moinho é o número um dos 21 que, segundo o planejamento, formarão Baltic I, do qual se espera uma produção de 54 megawatts a partir de 2007.

Alemanha, a que faltava no mar

Offshore Windenergie Meer Blåvandshuk in Dänemark
Parque eólico no Mar do Norte, DinamarcaFoto: AP

Tendo em conta que diante do litoral da Dinamarca, Suécia, Grã-Bretanha e Irlanda giram há tempos os rotores de mais de 300 parques eólicos marinhos, a Alemanha, com seu primeiro moinho off shore, está ainda atrasada. Segundo dados da Associação Alemã de Energia Eólica, atualmente existem 31 projetos desse tipo no Mar do Norte e nove no Mar Báltico. Baltic I será o primeiro a entrar em funcionamento e está localizado a 20 quilômetros da costa, diante da península de Fishland-Darss-Zingst.

Um futuro vent(ur)oso

A Associação de Energia Eólica presume que em 2020 terão sido instalados nas costas marítimas alemãs moinhos de vento com uma capacidade de 20.400 megawatts. Os 1700 megawatts que se produziriam somente no Mar Báltico poderiam substituir uma usina de energia atômica. O governo alemão planeja que a energia limpa cubra a curto prazo 15% da necessidade energética do país.

Dados europeus fundamentam o otimismo dos defensores da energia eólica. O volume recorde de 6183 megawatts em instalações novas em 2005 permitiu à União Européia aumentar em 18% sua capacidade eólica total e superar antecipadamente a meta estabelecida para 2010: 40 mil megawatts. Destes, a Alemanha – segundo produtor europeu depois da Espanha – gerou 1808 megawatts em 2005.

BdT Winterlandschaft mit Windrad bei Eisenach
Eisenach, AlemanhaFoto: picture-alliance/ ZB

O moinho em questão tem uma máquina com 108,5 toneladas de peso e foi colocado sobre uma base de 550 toneladas de areia, 500 de concreto e 100 de aço, a dois metros de profundidade. Apesar de ecologistas, basicamente, favorecerem a energia limpa, os 125 metros de altura deste e outros moinhos de vento causam problemas a seus "inimigos", entre eles ecologistas. Além das emissões, o cavalo de batalha dos membros do grupo "Dom Quixote" são as conseqüências imprevisíveis que esses moinhos podem ter para as aves migratórias.

Nessa península, milhares de aves fazem pausa durante sua longa viagem para o sul. As aves são uma das maiores atrações turísticas da área. Sua ausência afetaria tanto o meio ambiente como representaria uma catástrofe econômica.

Também está por determinar-se quanto os ruídos gerados pelos parques eólicos afetariam a audição sensível de animais marinhos. Além do que, o alto tráfego de petroleiros pela área aumentaria o risco de acidentes, argumentam os "Quixotes" contra os moinhos de vento.

Contra o vento e a maré

Os defensores da energia renovável, por sua vez, alegam que, em comparação ao latente perigo de catástrofes atômicas com as dimensões de Chernobyl e o problema que o lixo atômico representa, as poucas aves que perdem seu curso e que morrem por causa dos moinhos de vento e os males à audição dos lobos marinhos seriam o mal menor. Seja como for, o primeiro moinho de Baltic I encontra-se pronto e começará a funcionar logo.