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Canibal no banco dos réus

ef3 de dezembro de 2003

Começa o julgamento do caso de canibalismo, que excedeu em requintes de crueldade e perversão, chocando a Alemanha. Diante das câmeras, um homossexual matou outro, esquartejou o corpo e comeu parte da carne.

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Armin M. confessou a morte seguida de canibalismoFoto: dpa

Um detalhe chocante do caso é que a vítima, o engenheiro der Berlim Bernd Jürgen B., de 42 anos, comeu o próprio pênis junto com o seu assassino, Armin M., agora com 42 anos. O julgamento começa nesta quarta-feira (3) no Tribunal Estadual de Kassel.

A Promotoria Pública acusa o réu de assassinato, enquanto a defesa alega "homicídio a pedido da vítima". Os dois se conheceram pela internet. O ex-primeiro-sargento havia colocado um anúncio na web a procura de um homem de 18 a 30 anos para ser abatido. O caso foi descoberto quando ele estava à procura de um segundo voluntário, também na internet.

Canibal confesso

- A polícia descobriu o caso de canibalismo em 10 de dezembro de 2002, durante uma batida na casa de Armin, em Rotenburg, seguindo a dica dada por um estudante de Innsbruck. Os investigadores encontraram no freezer de Armin quatro porções de carne humana congelada, ossos e um crânio enterrados no jardim. O acusado, que permanecera em liberdade depois das primeiras suspeitas, entregou-se à polícia e confessou o assassinato, ocorrido em 10 de março de 2001.

Opfer des Kannibalen
A vítima Bernd Juergen B. comeu o próprio pênis junto com o seu assassinoFoto: AP

Armin confessou que primeiro esfaqueara o engenheiro de Berlim com um faca de cozinha, tendo esquartejado seu corpo posteriormente. Ele congelara a carne em porções, as quais foi comendo aos poucos. O resto do homem Armin enterrara no jardim da casa onde vivia sozinho desde a morte de sua mãe. A mutilação do pênis, a morte e o esquartejamento aconteceram diante de uma câmera de vídeo. Os policiais que viram a fita compararam o material a cenas de filmes de terror.

"Simpático e solícito"

- Os moradores do bairro onde vivia Armin em Rotenburg ficaram chocados com a descoberta do caso. Mas, ao mesmo tempo, descreveram o vizinho acusado de canibalismo como "tranqüilo, simpático e solícito". Armin seria "uma pessoa gentil", que procurava conversa com os vizinhos do outro lado da cerca de seu jardim, às vezes aparecia para tomar um café e participava das festas da comunidade.

A polícia supõe que Armin chegou a se encontrar com outros "jovens candidatos ao abate", mas não tem conhecimento de outros casos de canibalismo. Os peritos no rastreamento de chats na rede apreenderam 16 computadores, 221 discos rígidos, 95 CR-ROMs, quase 800 disquetes e 307 fitas de vídeo de propriedade do acusado. A avaliação de 12 mil e-mails com numerosas cenas de canibalismo evidenciariam a tendência do réu. Revela também que ele se encontrou com 430 pessoas igualmente entusiasmadas por canibalismo.

Como canibalismo não existe como delito na Alemanha, a sentença do Tribunal Estadual de Kassel será muito difícil. O Ministério Público acusa Armin de assassinato para satisfazer seus instintos sexuais, como teriam mostrado as imagens feitas pelo próprio de seu crime, seguido de canibalismo. Segundo exames psiquiátricos, o réu é responsável e totalmente culpado por seus atos. O julgamento deverá terminar no final de janeiro de 2004.