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DesastresMoçambique

Freddy: Cruz Vermelha tenta reunir apoio "em tempo recorde"

Delfim Anacleto
14 de março de 2023

A Cruz Vermelha de Moçambique diz que a intransitabilidade das vias está a dificultar a contabilização dos estragos e a assistência às vítimas do ciclone Freddy na província da Zambézia.

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Foto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF /AFP

Centenas de vítimas reclamam fome e outras necessidades, mas a Cruz Vermelha de Moçambique, que apoia o Governo na assistência aos afetados pelo ciclone Freddy, garante que tudo está a ser feito para minimizar o sofrimento.

A organização está envolvida na entrega de alimentos e no saneamento do meio para evitar a eclosão de doenças hídricas.

Em entrevista à DW África, Saimon Bonate, secretário da Cruz Vermelha de Moçambique na província da Zambézia, diz que o grande problema agora são as vias de acesso, que se encontram intransitáveis, dificultando a assistência a algumas vítimas. Há ajuda que está noutras províncias e precisa agora de ser transportada para a Zambézia.

DW África: Que tipo de assistência foi dada até agora às vítimas do ciclone Freddy?

Saimon Bonate (SB): As pessoas que estão nos centros de acomodação estão a receber a assistência imediata, pelo menos para se aguentarem, enquanto esperamos mais [ajuda]. 

Destruição causada pelo ciclone Freddy
Autoridades e organizações não-governamentais continuam a fazer o levantamento dos estragos causados pela passagem do ciclone Freddy, na ZambéziaFoto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF /AFP

DW África: O que estão a receber concretamente?

SB: Estão a receber géneros alimentícios do Governo - pelo menos, há sinais disso. Nós, como Cruz Vermelha de Moçambique, estamos a fazer atividades de saneamento do meio e sensibilização às famílias. Por outro lado, temos dado bens não alimentares, embora, dependendo de algumas situações, também [entreguemos] alimentos. 

DW África: Tendo em conta que muita gente ficou desalojada, que apoio poderá prestar a Cruz Vermelha de Moçambique às pessoas que perderam as suas casas?

SB: Há um grande esforço para fazermos um levantamento e percebermos quais são as necessidades pontuais. À primeira vista, é mesmo o problema da habitação, mas certamente que existem outras necessidades.

Tínhamos stocks pré-posicionados para a Zambézia, mas, com a situação que houve noutras províncias, tivemos de deslocar [esses stocks para as províncias afetadas anteriormente pelas intempéries]. Agora, estamos reorganizar-nos para, em tempo recorde, dar o que for possível. 

Ciclone Freddy, no centro de Moçambique
Centenas de famílias viram as suas casas destruídas durante a passagem do ciclone Freddy, no centro de Moçambique.Foto: Marcelino Mueia/DW

DW África: Face a essa situação, a Cruz Vermelha de Moçambique conseguirá reorganizar-se para atender às necessidades na província ou precisa, por exemplo, de fazer um apelo à mobilização dos recursos a nível nacional e internacional? 

SB: Nós temos armazéns regionais, por exemplo, na província de Sofala. Estamos cientes que alguma coisa poderá vir de Sofala. E estamos próximos de Nampula, certamente alguma coisa virá de Nampula… 

DW África: Como está a ser o trabalho no terreno?

SB: Estamos com problemas de transitabilidade. Não se vai para o sul de Nicoadala, por exemplo, ou para Namacurra. 

DW África: E como está a situação sanitária neste momento?

SB: Nós já vínhamos com um surto de diarreias agudas e vómitos. Com essas chuvas, provavelmente poderemos ter mais problemas ligeiros de doenças hídricas.