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O papel da mídia

Stefan Dege (av)2 de junho de 2008

O papel da mídia em prol da paz e prevenção de conflitos é foco de um congresso internacional em Bonn. O diretor-geral da Deutsche Welle, Erik Bettermann, abriu o encontro.

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Cartaz do GMFFoto: DW

Estupros no Sudão, guerra civil no Zimbábue, violações dos direitos humanos em Mianmar ou no Tibete, violência e repressão nas regiões de crise: tudo isto passaria despercebido, se não fossem os meios de comunicação livres. Jornalistas corajosos e engajados revelam e acusam, diariamente, formando a consciência de nosso planeta.

Porém até onde exatamente vai o poder dos meios de comunicação? A que perigos se expõem em nome da paz? O primeiro Global Media Forum da Deutsche Welle encara estas e outras questões durante dois dias na cidade de Bonn. O congresso internacional reúne 800 jornalistas, políticos, pesquisadores e representantes da cultura de todo o mundo.

Europa e as crises do mundo

O tema do encontro não poderia ser mais atual: "Trabalho pela paz e prevenção de crises". Não faz muito tempo, dois jornalistas da Deutsche Welle foram assassinados no Afeganistão. Porém o lema em Bonn é diálogo, não auto-reflexão. Segundo Erik Bettermann, o diretor-geral da empresa internacional de comunicação da Alemanha:

"O papel do jornalismo e das mídias tem que ser discutido e definido. Isto se aplica da mesma forma ao trabalho pela paz e prevenção de crises, governança e direitos humanos, sociedade civil e transmissão de valores, educação e desenvolvimento."

O que faz a Europa contra as crises do mundo? Esta pergunta esteve no centro dos debates, logo no início do Global Media Forum. Na realidade, há um bom tempo a prevenção de crise compõe uma das quatro colunas da política externa da União Européia.

Comprometimento autoimposto

Global Media Forum: Pressegespräch am 2. Juni 2008
Diretor-geral da Deutsche Welle (2º da dir. para a esq.) no GMFFoto: DW

Capacetes azuis da UE cuidaram, por exemplo, da segurança das eleições no Congo, policiais da UE vigiam a fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza. A UE ajuda a criar estruturas de segurança e de Estado de direito nos Bálcãs, no Afeganistão e nos países da extinta Cortina de Ferro. Porém há lacunas e, conseqüentemente, muito a fazer, como lembrou Georg Boomgaarden, vice-ministro alemão das Relações Exteriores:

"A livre imprensa e sua diversificada oferta de informação são uma precondição para o funcionamento de estruturas democráticas e do Estado de direito. Não tenho dúvidas de que uma imprensa democrática se autoimpõe o comprometimento com valores como liberdade, tolerância, com a dissolução de imagens hostis e com uma cultura da resolução pacífica de conflitos."

Instituição permanente

Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz, veio do Irã para o fórum global. Ela definiu assim o papel da mídia: "Ao se desmascarar a violência, também se desperta a consciência humana. E aí se encontra uma solução. A atividade jornalística é ao mesmo tempo perigosa e sagrada".

Por rádio, televisão ou internet, a Deutsche Welle transmite diariamente suas notícias para todo o mundo, "do centro da Europa". Pois, afinal, dois terços da população mundial ainda vivem em países onde liberdade de imprensa é um conceito desconhecido.

Assim, os jornalistas da Deutsche Welle ajudam na construção de uma mídia livre, como foi o caso no Afeganistão, ao fim do regime talibã. A partir de agora, o Global Media Forum será uma instituição permanente.