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Sem petróleo

(as)9 de janeiro de 2007

Angela Merkel e Durão Barroso classificam como inaceitável a decisão unilateral de Moscou e afirmam que interrupção afeta confiança européia na Rússia.

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Refinaria alemã de Schwedt, destino de parte do petróleo importado da RússiaFoto: picture-alliance/ dpa

A chanceler federal Angela Merkel e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, fizeram nesta terça-feira (09/01) duras críticas ao corte no fornecimento de petróleo russo à Europa.

Merkel disse que a "confiança e a cooperação" entre países são gravemente afetadas quando decisões desse tipo são tomadas de forma unilateral. Barroso afirmou que a atitude é "preocupante" e que é inaceitável que países fornecedores ou de trânsito de energia cortem o abastecimento sem consultar os destinatários.

A chanceler federal criticou o fato de a União Européia (UE) não ter sido informada sobre o corte no fornecimento de petróleo. "O mínimo que se deve fazer é uma consulta quando há dificuldades", disse Merkel.

As declarações foram feitas em Berlim, após encontro entre o governo federal alemão e a Comissão Européia. No início deste ano, a Alemanha assumiu a presidência rotativa da União Européia.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin disse que "é necessário fazer tudo o que for possível para garantir os interesses dos consumidores ocidentais". Nesta quarta-feira, a Comissão Européia apresentará a nova estratégia energética do bloco, com o principal objetivo de diminuir a dependência dos fornecedores externos, principalmente da Rússia.

Corte no fornecimento

Deutschland EU Jose Manuel Barroso bei Angela Merkel in Berlin
Durão Barroso e Merkel em BerlimFoto: AP

Nesta segunda-feira, a Rússia fechou o mais importante pipeline que abastece a Europa de petróleo russo devido a divergências com Belarus. O governo russo acusou o país vizinho de estar desviando óleo ilegalmente.

O oleoduto, conhecido como Druzhba (amizade, em russo), é o mais importante da Europa Ocidental. A Alemanha recebe cerca de um quinto do petróleo que consome pelo pipeline, que conduz o óleo para as refinarias de Schwedt e Leuna.

O corte no fornecimento de petróleo reacendeu as discussões sobre a dependência européia do petróleo russo. Na Alemanha, as discussões se voltaram também para a energia nuclear. Merkel disse que o país deve reavaliar as conseqüências do atual plano de fechamento das usinas nucleares. Para ela, seria inteligente não se tornar dependente de apenas uma fonte de energia.

Constituição européia

Merkel e Barroso reforçaram ainda que a busca por uma solução para a crise da Constituição européia é a principal meta da presidência alemã da UE. A chanceler federal apelou para o apoio dos outros Estados-membros. "Dependemos da cooperação", afirmou.

Desde o "não" dos franceses e do holandeses, a aprovação da Constituição Européia está parada. "Será aberta uma nova rodada. A fase de reflexão acabou", salientou Merkel.