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Radiatividade em aviões

(as)30 de novembro de 2006

Investigações sobre a morte de ex-espião russo levam à identificação de traços de polônio 210 em duas aeronaves da companhia britânica. Riscos para a saúde de passageiros são mínimos, afirmam especialistas.

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Aeronaves fizeram o trecho de Moscou a Londres e também voaram para a AlemanhaFoto: AP

As investigações da Scotland Yard sobre a morte do ex-espião russo Alexander Litvinenko levaram à descoberta de traços da substância radioativa polônio 210 em dois aviões da companhia britânica British Airways. Polônio 210 é a substância que teria causado a morte de Litvinenko no último dia 23 num hospital de Londres.

Segundo os investigadores, foram encontrados traços "muito pequenos" da substância a bordo dos aviões. O risco para os passageiros seria mínimo, de acordo com a companhia e especialistas.

Ainda assim, a British Airways está pedindo aos passageiros que viajaram nesses aviões para entrar em contato com a companhia e consultar um médico. Cerca de 33 mil pessoas teriam viajado nas aeronaves afetadas. Em torno de 3 mil funcionários da empresa também deverão passar por exames.

Os dois aviões do modelo Boeing 767, que fazem o trajeto Londres-Moscou, assim como uma terceira aeronave também suspeita de conter substâncias radiativas não estão sendo utilizados pela companhia.

Düsseldorf e Frankfurt

Alexander Litwinenkos letzte Schritte
O restaurante japonês Itsu, em LondresFoto: AP

Os mesmos aviões também foram utilizados onze vezes no trajeto entre os aeroportos de Düsseldorf, na Alemanha, e Heathrow, em Londres, entre 30 de outubro e 27 de novembro. As aeronaves também viajaram quatro vezes de Frankfurt a Londres entre 26 de outubro e 3 de novembro.

Especialistas afirmam que o risco para os passageiros que viajaram nas aeronaves é mínimo. Segundo eles, a substância só representaria um perigo caso fosse ingerida.

As investigações já levaram à descoberta de traços de polônio em diversos locais de Londres, entre eles o restaurante japonês Itsu, o hotel Millennium, o escritório do milionário russo Boris Beresovski e uma empresa de segurança privada.

O ex-espião russo esteve em todos esses locais, mas não fez nenhuma viagem de avião nas semanas anteriores à sua morte. Os investigadores supõem que os traços de plutônio 210 encontrados nos aviões tenham sido deixados por contatos do russo ou por um possível assassino.

Necropsia

A necropsia de Litvinenko começará nesta sexta-feira (1º/12). Até agora não se sabe quando e como o ex-espião russo ingeriu a substância. A data mais provável do envenenamento, segundo os investigadores, é 1º de novembro, dia em que Litvinenko se encontrou com russos e italianos em Londres.

Com as investigações ainda inconclusas, crescem as especulações sobre a morte de Litvinenko na imprensa européia. Os suspeitos incluem pessoas ligadas ao governo russo, ao serviço secreto da Rússia, exilados russos que vivem em Londres e pessoas do círculo de relações de Litvinenko. A polícia britânica não descarta ainda a hipótese de que o ex-espião tenha se envenenado.