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Cúpula alternativa de Viena critica globalização neoliberal

10 de maio de 2006

"Tribunal dos Povos", organizado por ONGs, condena transgressões de empresas transnacionais.

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Começou nesta quarta-feira (10/05), em Viena, o encontro Enlaçando Alternativas 2 (EA2), uma espécie de contracúpula que acontece paralelamente à reunião dos chefes de Estado e de governo da União Européia, América Latina e do Caribe (Eulac).

Até o próximo sábado (13/05), representantes de 450 ONGs, sindicatos, igrejas e movimentos sociais pretendem "dar respostas à globalização neoliberal", explicou Leo Gabriel, do comitê organizador do evento.

Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, devem participar do final do encontro. Além disso, confirmaram presença a filha de Ernesto Che Guevara, o bispo Alvaro Ramazzini (Guatemala), o líder do Partido de Esquerda alemão, Oskar Lafontaine, e o líder dos agricultores franceses, José Bove.

Cerca de 30 empresas multinacionais, acusadas de espoliar América Latina de seus recursos nos últimos 15 anos, serão levadas ao banco dos réus no chamado "Tribunal dos Povos", que faz parte da programação da contracúpula.

De acordo com informações do Movimento dos Sem Terra, entre as firmas acusadas constam o grupo energético Suez, da França, a petrolífera espanhola Repsol, a alemã Bayer, seis empresas de reflorestamento e celulose no Uruguai e no sul do Brasil (como a Aracruz Celulose), e a Telefônica na Espanha.

Segundo o cientista político alemão Elmar Altvater, o "tribunal" pretende denunciar agressões dos conglomerados transatlânticos aos povos indígenas. Além disso, serão denunciadas transgressões aos direitos humanos, trabalhistas e à legislação ambiental. "Queremos dar voz aos que não têm voz", disse Altvater.

O representante do MST, João Pedro Stedile, afirmou em entrevista à DW-WORLD que o neoliberalismo econômico explorou os povos latino-americanos nos últimos anos. Ele fez um apelo aos europeus para que se unam à América Latina na luta contra o capitalismo.

Jorge Condado, da ONG Foro Mesoamericano, disse que "qualquer acordo de livre comércio dos países latino-americanos com os EUA e a Europa dirige-se contra a democracia e os direitos humanos".

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