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O admirável mundo novo dos bloggers

Konstantin Klein / sv5 de julho de 2004

Enquanto blogueiros de todo o mundo reúnem-se em Viena, para a Conferência Européia de Weblogs, o resto da humanidade se pergunta: afinal de contas, o que vem a ser um blog?

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Diários digitais. O resto é lixo...

Uma dica: não tenha a má idéia de perguntar a alguém o que, na verdade, é um weblog. É provável que você não receba nenhuma informação decente como resposta. Pois o perigo é o de que você pergunte a alguém que nunca ouviu falar nisso e diga simplesmente o que vem à cabeça na hora. Ou a alguém que administra ele próprio um weblog. O que pode ser ainda pior.

Aos fatos: weblog é um conceito surgido na virada do milênio, primeiro apenas nos websites de língua inglesa. Trata-se de uma junção de web (rede, internet) com log (registro). Ou seja, o weblog é o diário de bordo de um viajante pelos domínios da world wide web.

Diário de bordo

Observações interessantes sobre a viagem são registradas no (we)blog. Como este fica disponível na rede, qualquer um pode ler seu conteúdo. Para que o leitor tire algum proveito disso, existem links que remetem a outras páginas relacionadas aos temas tratados nos weblogs. E para que este site seja mesmo um weblog, ele deve ser atualizado regularmente através de novos registros. Como um diário, enfim.

O problema aparece mesmo é com os bloggers. Pois estes rejeitam com ojeriza o fato de serem comuns mortais, que se dedicam a um hobby qualquer. Tais como colecionadores de carros ou de selos. Nas cabeças dos próprios, porém, a forma como administram seus weblogs é o máximo. O que os outros fazem é um horror, amadorismo puro.

Guerras pela nomenclatura

As conseqüências disso são terríveis. Nos sites de língua alemã, há guerras homéricas em torno da nomenclatura: weblogs ou simplesmente blogs? Outra coisa é definir se o weblog (a opção mais in entre os dois nomes) precisa ter determinado número de links ou não, para se diferenciar de um diário na web. E saber se diários que não contêm links encontrados na rede também podem ser considerados weblogs... Sim! Não! Claro! Jamais! &%$$#@$**&%$@!

Além disso, ainda existem os debates técnicos: se o weblog pode ser criado a partir de um software pronto, se é melhor participar de uma comunidade de bloggers ou talvez até, se possível, administrá-lo em seu próprio servidor, com uma configuração individual e voltada para as próprias necessidades. Tão logo essa discussão começa, surgem inúmeras opiniões em defesa dessa ou daquela forma.

Os mandamentos de um weblog

Afinal de contas, há uma série de regras não registradas em canto algum, mas respeitadas pelos bloggers. Para quebrar essas normas, é preciso ter coragem. Entre os mandamentos, é de praxe ter um bom número de imagens no site, colocar links para outros artigos pelo menos uma vez por semana, nos quais se "prova" mais uma vez que o weblog é "a" mais nova forma de um "jornalismo que vem da base". E, last but not least, faz parte dos mandamentos dos blogueiros renovar o design da página completamente pelo menos duas vezes por ano, bem como fechar "para balanço" pelo menos uma vez por ano.

Por sorte, há uma certa dose de exagero nisso tudo. Weblogs não são nada mais que websites atualizados regularmente. Sempre subjetivos, com freqüência engraçados, às vezes literários, não raramente políticos. Produzidos, conservados e publicados por individualistas que têm algo a dizer e, na maioria das vezes, conseguem se expressar bem.

Os weblogs não são nenhuma fonte de notícias, mas comentários sobre o mundo em geral. Ou sobre a situação pessoal do autor. E são – e aqui faz sentido o uso do superlativo hiper – uma forma hiperrápida, hipersimples e hiperbarata de chegar a milhares de leitores.

Teoricamente...

... pois o sucesso de um weblog depende em parte da capacidade de seu autor. Se você também quiser pertencer ao clã dos bloggers, mas não tiver a mínima idéia de como se embrenhar pelos bastidores do seu browser, tente encontrar ajuda em algum dos vários sites que contêm dicas para iniciantes.

Se você já tiver ouvido falar em HTML e não pensar que FTP é a sigla de um partido, arranje uma conta em um webhoster, instale um programa como o movabletype.org ou o pmachine.com (os dois gratuitos apenas na versão mais simples!), nucleuscms.org, wordpress.org ou textpattern.com, e mãos à obra. E quando o weblog (ou blog) começar a funcionar, nada mais impedirá a ascensão de sua carreira como o menor grupo de mídia do mundo, formado por ninguém mais, ninguém menos que você mesmo! E basta.