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Nações Unidas

13 de outubro de 2010

Após a eleição da Alemanha para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, ministro do Exterior volta a enfatizar necessidade de reforma do grêmio, com inclusão de países latino-americanos como membros permanentes.

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Prédio das Nações Unidas em Nova YorkFoto: AP

Um dia após a Alemanha ter sido escolhida para um assento não permanente no Conselho de Segurança por dois anos, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, disse nesta quarta-feira (13/10) que a votação pode ser interpretada como reconhecimento internacional do papel desempenhado pelo país. "O mundo sabe que pode confiar na Alemanha", proclamou o ministro Westerwelle.

Também a chefe de governo Angela Merkel descreveu a escolha da Alemanha como "uma honra e um compromisso" a ser cumprido. Segundo ela, o país deverá dar sua contribuição em prol de maior segurança e de soluções para os conflitos no mundo, empenhando-se em questões em defesa da paz, da proteção climática, da ajuda ao desenvolvimento e do desarmamento.

Estruturas obsoletas

Berlim pretende aproveitar os dois anos do mandato da Alemanha como membro não permanente do Conselho de Segurança para defender uma reforma das Nações Unidas, com previsão de assentos permanentes no Conselho para África e América Latina. Isso, segundo Westerwelle, corresponderia à atual situação geopolítica mundial.

"Não é certo que dois continentes como a África e América Latina não tenham representação alguma no Conselho. E a Ásia também tem razão em dizer que está sub-representada", afirmou o ministro. "A arquitetura do grêmio não reflete mais as relações de poder dos dias de hoje", finalizou Westerwelle, lembrando que as estruturas da ONU têm que ser reformadas, a fim de "torná-las mais eficazes".

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Assembleia Geral da ONUFoto: AP

Interesses europeus

Philipp Missfelder, político encarregado de questões de política externa da conservadora União Democrata Cristã, partido de Angela Merkel, que governa o país em coalizão com o Partido Liberal Democrático do ministro Westerwelle, afirmou que a Alemanha deveria usar seu assento no Conselho de Segurança "para defender conscientemente os interesses europeus. Precisamos exercer o cargo de forma europeia", disse o político a um jornal regional. Durante seu retorno de uma viagem de dois dias pelos Bálcãs, Merkel garantiu que a Alemanha irá atuar no Conselho de Segurança "em estreita cooperação com seus parceiros europeus".

Membro permanente

Outra meta de médio ou longo prazo do governo alemão é se tornar membro permanente do Conselho de Segurança, o que garantiria a participação do país em decisões acerca de missões militares e do uso de recursos financeiros.

Nos anos de 2011 e 2012, a Alemanha terá os mesmos direitos de voto dos outros membros do Conselho, sem, contudo, possuir direito de veto, concedido apenas aos membros permanentes do grêmio – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.

Martin Schulz, presidente da bancada socialista no Parlamento Europeu, espera que a Alemanha passe a exercer, a partir de agora, um papel mais significativo dentro da ONU de forma geral. Schulz acredita que o retorno da Alemanha ao Conselho de Segurança representa um resgate do papel do país no cenário internacional, "que havia sido reduzido durante a fase do unilateralismo norte-americano sob o governo de George W. Bush".

SV/dpa/rtr/afp

Revisão: Roselaine Wandscheer