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Mudança climática

2 de agosto de 2010

Mais uma rodada de negociações climáticas da ONU teve início em Bonn, pela primeira vez presidida pela nova secretária-executiva do UNFCC. Christiana Figueres encara sua missão com otimismo, mas o tempo é curto.

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Figueres pede franqueza nas negociaçõesFoto: picture-alliance/dpa

A nova rodada de negociações climáticas da ONU, que teve início nesta segunda-feira (02/08) em Bonn, é a primeira presidida pela nova secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês).

Ainda que tenha participado desde 1995 das negociações, a costa-riquenha Christiana Figueres só teve um mês para se aclimatar ao posto que assumiu do holandês Yvo de Boer em 1° de julho último.

Mas ela encara a nova missão com otimismo. "Estou muito feliz por estar aqui. Para mim, é uma honra trabalhar para o secretariado do Clima da ONU, com seus 450 funcionários profissionais e muito, muito empenhados. Não vejo o trabalho como um desafio pessoal, mas como prazer pessoal", afirma.

Recuperar a confiança perdida

Os grupos de trabalho se reúnem de 2 a 6 de agosto em Bonn para discutir o futuro da Convenção e adiantar o máximo possível um esboço a ser apresentado na próxima cúpula do clima em dezembro, na cidade mexicana de Cancun.

Muitas questões continuam em aberto após a cúpula de dezembro passado. Entretanto, mesmo que seja considerada um fracasso, Figueres acha que Copenhague serviu de aprendizado. "Para mim, uma das lições mais importantes foi perceber que muitos dos presentes nas negociações não se sentiram representados, mas passados para trás", lembra.

"No entanto, transparência e participação são dois princípios fundamentais para as Nações Unidas, sem os quais elas não podem funcionar", diz a nova secretária-executiva.

Juntar os cacos e recuperar a confiança perdida são tarefas centrais da reunião em Bonn. No último encontro em junho, não foi diferente. Pois o tempo é curto e a lacuna entre o conhecimento científico e a política de emissões de gases estufa continua crescendo, especialmente nos países desenvolvidos.

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Yvo de Boer renunciou após fracasso em CopenhagueFoto: AP

Para deter o avanço das mudanças climáticas, a comunidade internacional deve elaborar nos próximos anos um conjunto de regras abrangente e vinculativo.

Franqueza é essencial

Resta pouco tempo para determinar o futuro do Protocolo de Kyoto, que estabelecia compromissos sobre as emissões de gases do efeito estufa pelos países desenvolvidos até 2012. Mas Christiana Figueres tem esperanças de colher bons frutos em Bonn.

A costa-riquenha acredita que os países devem se dirigir com franqueza à mesa de negociações. "Os governos agora têm que conversar aberta e honestamente sobre a continuação do Protocolo de Kyoto. Por isso, solicitaram de nós uma análise na qual demonstramos as possibilidades legais a fim de se evitar sua interrupção entre o fim de 2012 e o início de 2013."

Em dezembro, deverão ser tomadas em Cancun decisões políticas concretas sobre a estrutura do futuro acordo climático global. Antes disso, está prevista mais uma semana de negociações em outubro na China.

Autor: Helle Jeppesen (md)
Revisão: Rodrigo Rimon