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Armamentos

19 de julho de 2010

Descaso de vários países, entre estes a Alemanha, no controle do transporte de armas e munição por vias aéreas e marítimas põe em risco direitos humanos, critica a Anistia Internacional.

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Contrabando de armas na SomáliaFoto: AP

Em um relatório divulgado nesta segunda-feira (19/07), a Anistia Internacional denuncia que as falhas cometidas em nível internacional no controle do transporte de armas por via aérea e marítima aumenta os riscos de violações dos direitos humanos e crimes de guerra.

O estudo revela que também companhias alemãs de navegação participam do envio de armas a países nos quais os direitos humanos não são respeitados.

Durante uma conferência das Nações Unidas que prossegue até a próxima sexta-feira (23/07) em Nova York, a Anistia conclamou as Nações Unidas a se concentrarem com mais vigor no controle do transporte de armas. Os países que fazem parte da ONU negociam no momento as regras de um acordo internacional para o comércio de armamentos.

"O acordo precisa englobar também o controle sobre as empresas que oferecem transporte de carga, bem como sobre intermediários na cadeia de fornecedores de armamentos", afirmou Mathias John, especialista da organização em Berlim.

Lacunas na legislação

Um controle deficiente e lacunas na legislação fazem com que armas e munição de diversas espécies possam ser levadas de um lado para o outro, por vias marítimas ou aéreas, sem qualquer problema, denuncia John. "Entre as leis alemãs também há lacunas que possibilitam transportes que mais tarde serão responsáveis por mortes", afirma John.

Empresas norte-americanas, chinesas, francesas, inglesas e alemãs, entre outras, tiram proveito da falta de atenção com relação ao transporte de armas e munições, critica a Anistia.

Navios alemães com bandeiras alheias

Abgegebene Waffen in Afghanistan
Armas entregues às autoridades no AfeganistãoFoto: DW

O relatório da organização cita o caso de uma companhia alemã de navegação que entre março de 2008 e fevereiro deste ano teria transportado da Coreia do Sul para o Paquistão um tipo de munição de fragmentação, capaz de se disseminar por enormes superfícies de terra.

O carregamento chegou ao Paquistão, mesmo sendo a Alemanha signatária da Convenção das Nações Unidas que determina a proibição de tal tipo de armamento. O navio da companhia alemã navegava com bandeira de Antígua e Barbuda, país formado por ilhas situadas entre o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico.

"O governo alemão tem que estender o controle também sobre embarcações alemãs com bandeiras de outros países, a fim de controlar de forma consequente o embarque de armamentos", afirmou John.

Outra parte do relatório cita o transporte de peças de metralhadoras, que teriam chegado a Kigali, capital de Ruanda, passando pela Bulgária e por Paris. O carregamento mortal, diz a Anistia, acabou sendo usado na guerra civil no Congo.

SV/dpa/epd/afp

Revisão: Roselaine Wandscheer