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Memória do nazismo

11 de abril de 2010

Solenidade lembra o dia em que as tropas americanas libertaram o campo de concentração onde 56 mil pessoas foram mortas pelos nazistas.

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Memorial de Buchenwald recebe 600 visitas ao anoFoto: picture alliance / dpa

Políticos, sobreviventes, veteranos do exército norte-americano e parentes de vítimas lembraram, em uma solenidade realizada neste domingo (11/4), a libertação, há 65 anos, do campo de concentração de Buchenwald, localizado nos arredores de Weimar

"A recordação dos crimes nazistas é uma responsabilidade coletiva da sociedade e da política", disse a governadora da Turíngia, Christine Lieberknecht, durante a cerimônia. A conscientização histórica nas escolas é, segundo ela, de particular importância na Alemanha de hoje.

O presidente do Comitê Internacional de Buchenwald, Bertrand Herz, lembrou dos atos de resistência de alguns prisioneiros do campo que possibilitaram o resgate de muitos sobreviventes. Ele também agradeceu aos veteranos do exército americano por sua luta, que permitiu a libertação do campo de concentração.

Cerca de 56 mil pessoas morreram no campo

Uma coroa de flores foi depositada em Buchenwald neste domingo, em memória de 56 mil pessoas mortas no campo entre 1937 e 1945. Cerca de 21 mil prisioneiros foram libertados pelo exército dos Estados Unidos em 11 de abril de 1945.

O foco principal das cerimônia é a libertação e a história de 904 "crianças de Buchenwald". Na época, sobretudo os presos políticos se empenharam em uma campanha de solidariedade dentro do campo de concentração em favor das crianças e dos jovens presos. As experiências de alguns desses sobreviventes podem ser ouvidas em instalações sonoras dispostas em três lugares do antigo campo.

Em dezembro de 1944, um em cada três prisioneiros de Buchenwald tinha menos de 21 anos. Em grande parte, suas famílias haviam sido assassinadas. Os prisioneiros políticos criaram, por isso, os chamados "blocos para crianças", unidades que contribuíram para aumentar as chances de sobrevivência dos menores que viviam dentro do campo de concentração.

Gedenken an die Befreiung des KZs in Buchenwald
O ucraniano Viktor Savytskyi, sobrevivente de Buchenwald, participou da cerimôniaFoto: dpa

Campo foi o terceiro e maior dentro da Alemanha

O campo de concentração de Buchenwald foi criado pelos nazistas em 1937 no alto de uma montanha chamada Etterberg, nas imediações de Weimar. Foi o terceiro campo de concentração construído pelo regime nazista, após Dachau e Sachsenhausen.

Até ser libertado pelo exército norte-americano, esse era o maior campo de concentração em território alemão, tendo servido de prisão a cerca de 250 mil pessoas vindas de 36 países, entre as quais oposicionistas do regime nazista, judeus, ciganos, homossexuais e prisioneiros de guerra soviéticos.

Cerca de 56 mil pessoas morreram no campo, entre as quais aproximadamente 8 mil prisioneiros de guerra soviéticos, em grande parte executados com um tiro na nuca, em um sistema de eliminação em série. Outros foram enviados a câmaras de gás nos campos de extermínio situados no Leste Europeu ou sucumbiram nas chamadas "marchas da morte" durante as últimas semanas da guerra.

"Campo especial" soviético

Entre 1945 e 1950, Buchenwald foi transformado pela administração soviética em um "campo especial" para 28 mil prisioneiros de guerra, incluindo adeptos e funcionários do regime nazista. Deles, cerca de sete mil morreram no cárcere.

O governo da Alemanha Oriental converteu o antigo campo em um memorial dedicado, sobretudo, à recordação da luta de resistência dos comunistas contra o regime de Hitler, relegando a segundo plano o destino de judeus, ciganos e outras vítimas de Buchenwald.

Em 1990, o memorial foi reestruturado após diversas consultas a associações de vítimas. Atualmente, Buchenwald é visitado por cerca de 600 mil pessoas todo ano.

MD/epd/dpa
Revisão: Simone Lopes