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Violência política

24 de março de 2010

Cerca de dois terços dos delitos de motivação política são cometidos pela extrema direita. No entanto, a criminalidade cresceu sensivelmente entre os radicais de esquerda no ano passado.

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Duzentos carros queimados em Berlim, em 2009Foto: dpa

A crescente radicalização dos atos da extrema esquerda alemã é a principal causa do aumento no número de delitos de motivação política em 2009 na Alemanha.

O total – considerando todo o espectro político do país – chegou ao recorde de 33.917, alta de 6,7% em relação ao ano anterior. O número de casos violentos subiu ainda mais: 20,4%, para 3.044, número também recorde.

Os dados são do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) e foram divulgados nesta terça-feira (23/03) pelo Ministério do Interior da Alemanha. As informações são apuradas anualmente desde 2001.

A alta nos delitos penais de viés político atribuídos a setores de esquerda da sociedade foi de 40% em 2009. Do lado dos extremistas de direita foi registrado um recuo de 4,7% em relação a 2008.

Em números absolutos, porém, os delitos penais atribuídos a radicais de direita são mais que o dobro dos computados aos extremistas de esquerda: 19.468 ante 9.375.

Policiais como vítimas

"Os dados de 2009 são bem menos agradáveis", declarou o ministro do Interior, Thomas de Maizière, em Berlim. Ele disse ver com preocupação o crescente número de ataques a policiais por parte de extremistas.

Esse número aumentou principalmente no campo da esquerda, disse De Maizière. Quase a metade dos 1.822 delitos penais violentos cometidos por esquerdistas tiveram policiais como vítimas.

Praticamente a totalidade dos demais casos foi atribuída a integrantes da cena radical de direita. Também foi registrado um aumento no número de automóveis queimados por radicais de esquerda. Só em Berlim foram cerca de 200.

Uma pessoa morreu na Alemanha em 2009 em consequência de uma ação violenta de motivação política: a egípcia Marwa El-Sherbini, assassinada num tribunal de Dresden, em 1º de julho, por um cidadão russo-alemão. O crime foi motivado por xenofobia.

Debate político

Após a divulgação dos números, a União Social Cristã (CSU), partido conservador que faz parte da coalizão de governo em Berlim, exigiu investimentos nos programas de combate à violência de esquerda.

"Aparentemente surgiram, principalmente nas grandes cidades, espaços de proteção à violência de extrema esquerda. Há setores que encaram os atos violentos da esquerda com tolerância", declarou o deputado Stefan Müller.

O partido A Esquerda acusou o governo de fracassar no combate à extrema direita. "Quem coloca neonazistas e esquerdistas no mesmo pote age de forma irresponsável", afirmou a porta-voz do partido para assuntos de política interna alemã, Ulla Jelpke. "O perigo está à direita."

AS/dpa/afp
Revisão: Simone Lopes

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