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Oriente Médio

19 de março de 2010

Quarteto do Oriente Médio apela a Israel para que paralise a construção de assentamentos. O grupo criticou os planos israelenses de assentamentos em Jerusalém Oriental. Meta é chegar a um acordo dentro de dois anos.

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Blair, Clinton, Lavrov, Ban e Ashton posam para foto, após encontroFoto: AP

Após um encontro em Moscou nesta sexta-feira (19/03), o chamado Quarteto do Oriente Médio apelou a Israel para que pare a construção de assentamentos judaicos. O grupo de mediação, composto por Rússia, EUA, ONU e EU, criticou duramente os planos israelenses de assentamentos em Jerusalém Oriental. O Quarteto pediu, ainda, para que Israel e palestinos cheguem a um acordo dentro dos próximos dois anos.

Além de Clinton e Ban, também estiveram presentes à reunião o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov; a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton; e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que é o representante do Quarteto.

"O Quarteto exorta o governo de Israel a congelar todas as atividades relacionadas aos assentamentos", declarou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Ele afirmou, após o encontro, que Israel também deve deter o crescimento natural dos assentamentos, desmontar colônias erguidas desde março de 2001 e não demolir ou retirar pessoas de Jerusalém Oriental, lado da cidade com maioria árabe, capturado e anexado por Israel depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Israel atacou Faixa de Gaza

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Clinton classifica relação entre EUA e Israel como 'forte e duradoura'Foto: AP

O secretário-geral de ONU se mostrou "profundamente preocupado" com a situação humanitária nos territórios palestinos. Na noite de quinta para sexta, aviões de caça israelenses atacaram alvos na Faixa de Gaza, depois que uma pessoa foi morta em Israel, atingida por um foguete palestino, pela primeira vez desde a Guerra Gaza, há pouco mais de um ano. Ban Ki-Moon deve visitar o Oriente Médio neste fim de semana, passando por Gaza, Cisjordânia e Israel.

O Quarteto "reafirma que as medidas unilaterais tomadas por cada parte não podem prejudicar os resultados das negociações e não serão reconhecidas pela comunidade internacional". O grupo mediador pede, ainda, à comunidade internacional que ajude a promover negociações de paz, para que um acordo possa ser obtido no prazo de até 24 meses.

Jerusalém Oriental deve ser negociada

Ao condenar o novo plano de assentamento, o comunicado observou que a anexação de Jerusalém Oriental por Israel não foi reconhecida pela comunidade internacional, e que o status da cidade dever ser resolvido através de negociações.

Conforme informações de seu escritório, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sugeriu medidas bilaterais de estreitamento de confiança entre israelenses e palestinos, durante conversa telefônica na quinta-feira com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Entretanto, não foram citados detalhes. No domingo, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, viaja para Israel.

EUA considerou anúncio como insulto

A secretária de Estado norte-americana, presente à reunião em Moscou, descreveu o relacionamento dos EUA com Israel como "amplo, profundo, forte e duradouro", mas apoiou o apelo do Quarteto para congelamento de todas as atividades ligadas aos assentamentos.

Israel Luftangriff Gaza
Cratera causada por ataque de retaliação israelense em GazaFoto: AP

O anúncio de Israel na semana passada de planos para construção de 1.600 novas casas em Jerusalém Oriental levou os palestinos a paralisar as conversações de paz e precipitou a pior crise nas relações entre EUA e Israel em anos. O anúncio foi feito durante a visita a Israel do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em um incidente que irritou a Casa Branca. Washington interpretou o comportamento do governo israelense como um "insulto" e como um empecilho a seu esforço de paz.

O chefe dos negociadores palestinos, Saeb Erakat, saudou a declaração do Quarteto, mas cobrou também um mecanismo que "assegure que Israel efetivamente paralise todas as atividades relativas a assentamentos na Cisjordânia". O presidente palestino, Mahmud Abbas, disse que Israel deve atender ao apelo do Quarteto para que congele as construções. "O assunto dos assentamentos é a essência do problema", acrescentou.

Berlim e Londres preocupados

O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, elogiou em Berlim o "forte sinal" dado pelo Quarteto pelo Oriente Médio. "Agora, as partes envolvidas no conflito devem fazer todo o necessário para chegarmos o quanto antes a essas negociações de paz", comentou.

Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, expressou "séria preocupação" sobre a construção dos assentamentos israelenses em Jerusalém Oriental, ressaltando que eles devem ser paralisados, por serem uma barreira às negociações.

MD/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente