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Jogos Paraolímpicos

19 de março de 2010

Os Jogos Paraolímpicos de Inverno de Vancouver marcam os décimo aniversário do evento. Após 10 anos, os jogos recebem atenção da mídia dos cinco continentes. O caminho ao reconhecimento foi longo e cheio de contratempos.

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Paraolimpíada de Inverno: 10 anos de desafiosFoto: AP

Os Jogos Paraolímpicos de Inverno, que estão sendo realizados em Vancouver, marcam o 10º aniversário do evento dedicado a esportistas do gelo portadores de deficiência. Os jogos vêm ganhando cada vez mais reconhecimento, depois de uma década e após um longo caminho percorrido.

O alemão Ludwig Guttmann jamais ganhou uma medalha de ouro, embora merecesse. Não pelo seu desempenho esportivo, mas por seu ideal. "A ideia começou em 1944, quando o neurocirurgião alemão imigrado para a Inglaterra Ludwig Guttmann construiu, por ordem do governo britânico, um centro de atendimento a portadores de lesão na medula espinhal", conta Steffi Klein, porta-voz do Comitê Paraolímpico Internacional (CPI)

Tudo começou com veteranos de guerra

Quando os Jogos Olímpicos de Londres foram realizados, em julho de 1948, Guttmann organizou paralelamente uma série de jogos para cadeirantes no Hospital Stoke Mandaville, em que 16 veteranos da Segunda Guerra Mundial disputaram competições de tiro com arco, em cadeiras de rodas.

Desde então, os jogos de Stoke Mandaville acontecem anualmente. Só em 1960, entretanto, o status olímpico chegaria aos atletas portadores de deficiência. Neste ano, aconteceram em Roma, pela primeira vez, os Jogos Paraolímpicos. As edições posteriores tiveram participação, além de cadeirantes, de deficientes visuais, alguns com amputações, assim como de atletas com distúrbios motores. "O início foi difícil, naturalmente", afirma Klein. "Havia sobretudo dificuldades com o financiamento, porque era muito difícil encontrar patrocinadores", ressalta.

Dificuldades ainda existem

Sportler Winter Paralympics Turin 2006
'Importante mostrar ao mundo do que os deficientes são capazes'Foto: picture alliance / dpa

Steffi Klein sabe o que é dificuldade quando se trata de Jogos Paraolímpicos. Em 1984, por exemplo, os atletas com deficiência quase tiveram que voltar para casa, pouco antes do início dos jogos em Long Island, EUA. As instalações da sede do evento não eram adequadas para cadeirantes, segundo a explicação oficial dos organizadores. Os jogos de inverno no mesmo ano apresentaram problema semelhante. A cidade de Sarajevo alegava não ter condições para realizar os Jogos de inverno para atletas com deficiências.

Apesar desses contratempos, os jogos paraolímpicos vêm sendo organizados com cada vez mais profissionalismo. A expressão Jogos Paraolímpicos foi usada pela primeira vez na edição em Seul. "A princípio, significa que eles são paralelos aos Jogos Olímpicos. Há fontes que afirmam que o nome vem da combinação de 'paraplégico' e 'olímpico'. Mas, pelo fato de eles acontecerem paralelamente aos Jogos Olímpicos, todos concordaram que o significado do nome tem origem nesse detalhe", explica Klein.

Hoje, movimento é conhecido em todo mundo

Enquanto no seu início os Jogos para pessoas com deficiência tinham a participação de uma dúzia de países, hoje o movimento paraolímpico já é conhecido no mundo todo. Os Jogos de verão de 2008, em Pequim, tiveram a participação de mais de 4 mil atletas de 148 países. Em Vancouver, participam 540 esportistas de 44 países. O interesse da mídia também tem crescido nos últimos anos.

Com isso, a mensagem dos Jogos Paraolímpicos alcança ainda mais pessoas, lembra Steffi Klein. "É importante mostrar aos espectadores do mundo todo do que as pessoas deficientes são capazes, que elas não são passíveis de piedade e que não querem a piedade dos outros. Nosso presidente diz: 'Não sou deficiente, o mundo é que me faz deficiente'".

Em Vancouver, pela primeira vez, os Jogos Paraolímpicos de Inverno contam com a participação de atletas da Argentina, Bósnia-Herzegóvina, Romênia e Sérvia. Eles disputam cinco modalidades esportivas, a exemplo dos Jogos de inverno de 2006, em Turim: biatlo, hóquei no gelo, curling, esqui alpino e esqui cross country.

Autora: Sarah Faupel (md)
Revisão: Roselaine Wandscheer