1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Polêmica

18 de fevereiro de 2010

Apresentador escandaliza o público ao sugerir em seu programa na tevê italiana o preparo de carne de gato. Além de ter sido suspenso, ele recebeu duras críticas da sociedade Protetora dos Animais.

https://p.dw.com/p/M52W
Comida de gato?Foto: DW-TV

A Itália é conhecida por ser um país de tentações culinárias. Coelho, codorna, boi e cordeiro são algumas das carnes apreciadas nos cardápios da Península Itálica. Mas o que dizer sobre o uso de carne de gato na cozinha?

Essa foi a recomendação do apresentador Beppe Bigazzi em seu programa de culinária na televisão italiana RAI na quarta-feira da semana passada. O crítico gastronômico e autor de vários livros de cozinha sugeriu no programa "La prova del Cuoco" (O desafio do cozinheiro) usar carne de gato, que ele próprio já teria experimentado várias vezes.

Bigazzi foi suspenso pela emissora, onde trabalha há dez anos. O vídeo do programa postado na internet é alvo de piadas e sátiras em toda a Itália. Elisa Esoardi, assistente na apresentação do programa, pediu desculpas ao público e tentou descontrair, sugerindo que, no momento, seria bom falar sobre legumes, mas ele não se deixou interromper.

Protestos dos defensores dos animais

Segundo Bigazzi, de 77 anos, trata-se de um prato típico de Valdarno, na na região da Toscana. Para preparar o animal, seria preciso deixá-lo três dias debaixo de água corrente, para que a carne fique branca. "Eu recomendo, comi diversas vezes, é realmente uma iguaria", afirmou Bigazzi. "Há até um ditado que diz: quem não tem carne no carnaval, deve abater um gato, e agora é fevereiro", brincou o apresentador ao vivo no seu último programa.

A recomendação chocou os telespectadores e a Sociedade Protetora dos Animais, que classificou Bigazzi como um "idiota". Já Francesca Martini, vice-ministra da Saúde da Itália, exigiu que a diretoria do programa tomasse medidas contra a atitude nociva e insensível de Bigazzi. Martini também lembrou que tortura contra animais pode ser passível de prisão.

Carla Rocchi, presidente da associação italiana de defesa dos animais Enpa, disse ao site alemão Spiegel Online que Bigazzi é um "cretino", pois "na latitude em que vivemos, simplesmente não se comem nossos melhores amigos e companheiros – e basta !".

Bigazzi se diz incompreendido. Ele teria consumido carne de gato nos anos 1930 e 1940 e não se envergonharia por isso, lembrando que também outros animais usados na culinária. Mas, segundo ele, seria loucura acreditar que tenha pretendido incentivar seres humanos a fazer o mesmo hoje em dia, teria dito ao jornal Repubblica.

DD/afp

Revisão: Roselaine Wandscheer