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História

16 de maio de 1974

Rachel Gessat (rw)

O até então ministro das Finanças Helmut Schmidt assumiu o cargo de chanceler federal alemão no dia 16 de maio de 1974, sucedendo ao também social-democrata Willy Brandt.

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Schmidt, quinto chefe de governo da Alemanha Ocidental, em foto de 2003Foto: AP

Tanto o início do governo Schmidt como seu final foram marcados por crises. Sua eleição pelo Parlamento alemão deu-se após a renúncia de Willy Brandt, derrubado pelo escândalo em torno de seu assessor Günter Guillaume, espião da Alemanha Oriental. Schmidt era, até então, ministro das Finanças do governo de coalizão liberal-social-democrata.

O final de seu mandato também foi marcado por uma crise: pela primeira vez na história da República Federal da Alemanha, um chefe de governo foi derrubado por uma moção construtiva de desconfiança, a 1º de outubro de 1982. O Partido Liberal (FDP) iniciou um novo governo de coalizão com a União Democrata Cristã (CDU), dando início à era Helmut Kohl, que duraria até 1998.

Os oito anos do governo Schmidt foram marcados por importantes acontecimentos tanto internos como fora da Alemanha. A crise do petróleo havia abalado o otimismo dos países industrializados e o desemprego começava a crescer de forma descontrolada, problema que perdurou por todo o governo Schmidt.

No primeiro ano de seu mandato, o número de pessoas sem trabalho duplicou para quase meio milhão. Em 1982, a Alemanha já tinha dois milhões de desempregados. Ao lado das dificuldades econômicas, o país estava sendo assolado pelo terrorismo, que levou a sociedade a uma histeria coletiva.

Após os assassinatos do procurador geral da República Siegfried Buback e do banqueiro Jürgen Ponto, o ano de 1977 foi marcado por mais uma morte pelos extremistas de esquerda.

"Todo um povo contra o terrorismo"

A 5 de setembro de 1977, a Fração do Exército Vermelho (RAF) sequestrou e matou o presidente da federação dos empregadores, Hanns-Martin Schleyer. Num pronunciamento aos terroristas, transmitido pela televisão durante o cativeiro de Schleyer, Helmut Schmidt disse: "Vocês devem estar enfrentando uma forte sensação de poder. Mas não se deixem iludir, pois o terrorismo não tem chances de continuar existindo a longo prazo. Contra o terrorismo não estão apenas os organismos estatais, mas também a vontade de todo um povo".

Nas relações exteriores, Schmidt deu prosseguimento à política de Willy Brandt de aproximação com o Leste. Sua presença na reunião de cúpula do G7, formado pelos sete países mais industrializados, e na conferência da Organização para Segurança e Cooperação na Europa, em agosto de 1975, garantiram-lhe reconhecimento internacional como estadista e conhecedor de assuntos econômicos.

Seu engajamento pela chamada Resolução Dupla da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) gerou atritos com a oposição, num momento em que crescia na sociedade a força do movimento pacifista. A coalizão liberal-social-democrata voltou a vencer as eleições de 1980, mas o trabalho conjunto ficava cada vez mais difícil.

No ano seguinte, já criavam força os liberais que clamavam por mudanças radicais na política econômica e social. A 1º de outubro de 1982, a situação havia ficado insustentável a ponto de CDU e Partido Liberal derrubarem o governo Schmidt através de uma moção construtiva de desconfiança. Conforme a Lei Fundamental de 1949, um chanceler e seu gabinete só podem ser derrubados pelo Parlamento se já houver uma alternativa de governo.