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Mussavi na mira de Teerã

1 de janeiro de 2010

Mir Hussein Mussavi, líder dos oposicionistas iranianos, condenou a sangrenta repressão aos recentes protestos no país e se declarou disposto a sacrificar sua vida pelo povo, se necessário.

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Mir Hussein Mussavi ao lado do sobrinho Ali Mussavi, morto nos protestos de dezembroFoto: AP

Numa primeira declaração sobre os recentes tumultos no Irã, o líder oposicionista Mir Hussein Mussavi exigiu que o governo do país ponha fim à repressão. Numa página de internet crítica ao regime, ele assinalou que a república islâmica se encontra numa grave crise e que o governo finalmente deveria assumir a responsabilidade pelos erros que levaram à atual situação.

Ao mesmo tempo, Mussavi ressaltou que estaria disposto a morrer pelos direitos religiosos e nacionais do povo iraniano.

Nos últimos dias, as forças fiéis ao governo exigiram reiteradas vezes a morte de dois líderes oposicionistas, Mussavi e Mehdi Karubi. O ministro da Inteligência iraniano, Gholam Hussein Mohseni Ejehei, ameaçou processá-los sob acusação de "apoio aos inimigos de Deus".

Proteste in Teheran 27.12.2009
Confrontos entre manifestantes e policiais, em 27 de dezembroFoto: AP

Para os ultraconservadores iranianos, os manifestantes que saíram em protesto durante a festa xiita de Ashura, no domingo passado (27/12), são mohareb, ou seja, "inimigos de Deus". Para esses casos, a lei iraniana prevê pena de morte.

Oitocentas pessoas condenáveis à pena de morte

O vice-chefe do Judiciário iraniano, Ebrahim Raisi, declarou à agência de notícias oficial do Irã que as pessoas presas nos protestos do fim de semana passado podem ser processadas como mohareb. A oposição calcula que 800 manifestantes estariam nessa situação, dos quais 300 só em Teerã. Além disso, as autoridades também prenderam 18 pessoas de confiança de Mussavi, segundo estimam os oposicionistas.

Mehdi Karrubi
Mehdi KarubiFoto: salaamnews

Em sua declaração divulgada na internet, Mussavi assinalou que nem a sua morte, nem a de Karubi alterariam a atual situação do país. O movimento oposicionista já dispõe de uma dinâmica própria, independentemente dos atuais líderes; e sua atuação deverá continuar enquanto não houver mudanças no país. Para comprovar essa afirmação, Mussavi lembrou que os protestos dos últimos dias não foram convocados por ele nem por Karubi.

Manifestantes se concentram na sepultura de Ali Mussavi

Na tarde de quinta-feira (31/12) houve tumultos em diversos pontos da capital Teerã. Sites oposicionistas noticiaram confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança em praças centrais de Teerã.

O mesmo ocorreu no sul da cidade, onde está enterrado Ali Mussavi, sobrinho do líder oposicionista, morto nos protestos e sepultado numa cerimônia organizada às pressas na quarta-feira (30/12). As autoridades não tinham liberado seu corpo antes, provavelmente por temerem novas manifestações em caso de uma cerimônia fúnebre maior.

Autor: Ulrich Pick (sl)
Revisão: Alexandre Schossler

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