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Cúpula do Clima

9 de dezembro de 2009

Na Cúpula do Clima de Copenhague, países industrializados e em desenvolvimento divergem quanto ao financiamento da prevenção das mudanças climáticas.

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Delegado de Butão na conferência do clima em CopenhagueFoto: AP

Sob a liderança da China, países em desenvolvimento e emergentes acusaram a União Europeia (UE) e os EUA, nesta quarta-feira (09/12), de perseguirem antigos objetivos colonialistas na política climática.

Por esse motivo, nos próximos dois dias, as atenções se voltam para o encontro de cúpula da UE em Bruxelas, que poderá trazer novas metas para um ambicioso acordo do clima.

Por sua vez, o bloco dos 135 países em desenvolvimento considerou absolutamente insuficiente a oferta de ajudá-los a combater as mudanças climáticas, um ponto que deverá constar da declaração final da cúpula.

Países em desenvolvimento

Sudan Dänemark Lumumba Stanislaus Di-Aping Sprecher der GZZ
Lumumba Di-Aping lidera grupo de países em desenvolvimentoFoto: AP

Os dez bilhões de dólares de financiamento inicial, estipulados no esboço da declaração final, não bastam para comprar "a quantidade suficiente de caixões para as pessoas nos países em desenvolvimento", disse o sudanês Lumumba Stanislaus Di-Aping, porta-voz do bloco.

Di-Aping referiu-se ao fato de que, para combater a crise financeira, foram disponibilizados mais de um trilhão de dólares. Em contrapartida, o prometido empenho de cooperação econômica para prevenir as mudanças climáticas é irrisório, acresceu.

O porta-voz sudanês criticou o projeto de declaração final elaborado pela anfitriã Dinamarca como uma defesa tendenciosa dos interesses dos países ricos. Di-Aping censurou o fato de os dinamarqueses apostarem em um novo acordo do clima em vez de tentarem prorrogar o Protocolo de Kyoto.

Europeus e norte-americanos

A União Europeia reagiu com a contra-acusação de que, em Copenhague, a China estaria impedindo a discussão de problemas centrais da questão climática. O sueco Anders Turesson, representante da UE nas negociações, se mostrou decepcionado com a dificuldade de se discutirem "questões centrais, como o estabelecimento de compromissos mundialmente vinculativos para a diminuição das emissões de CO2".

Concretamente, Turesson mencionou a recusa de se negociar com os Estados Unidos e com a União Europeia a aplicação de tais compromissos aos países em desenvolvimento.

Cúpula de Bruxelas

Dänemark Klimakonferenz Kopenhagen Lars Lökke Rasmussen
Lars Rasmussen, primeiro-ministro da Dinamarca: anfitrião criticado por países pobresFoto: AP

Enquanto, nos EUA, deputados conservadores da oposição republicana anunciaram que farão frente a possíveis concessões por parte de Barack Obama, os chefes de Estado e governo da União Europeia se reúnem a partir desta quinta-feira (10/12), em Bruxelas, para discutir sua estratégia para a Cúpula do Clima de Copenhague.

No encontro de dois dias, o bloco europeu pretende apresentar pela primeira vez uma proposta concreta de ajuda financeira bilionária a países em desenvolvimento. Como ajuda à proteção climática em países pobres, fala-se em uma injeção de pelo menos um bilhão de euros para o período de 2010 a 2012.

Funcionários da UE acreditam em uma proposta de quase dois bilhões de euros anuais para o chamado financiamento inicial. No Parlamento Europeu, políticos verdes exigem três bilhões de euros.

No esboço de sua proposta, os países-membros da União Europeia denominaram a cúpula em Copenhague uma "oportunidade histórica". Eles afirmam, no entanto, que não acreditam que se chegue a decisões vinculativas no encontro. No texto europeu, um acordo vinculativo legalmente "deverá, de preferência, ser estabelecido dentro de um período de seis meses a partir da Conferência de Copenhague".

CA/ap/dpa/afp

Revisão: Simone Lopes