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Claude Lévi-Strauss

3 de novembro de 2009

Um dos intelectuais mais importantes do século 20, o pensador se tornou famoso com o livro "Tristes Trópicos", no qual apresenta um minucioso estudo do comportamento social dos indígenas brasileiros.

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Claude Lévi-Strauss em 1967Foto: AP

O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss faleceu na noite de sábado (31/10) para domingo, aos 100 anos de idade, segundo informação divulgada nesta terça-feira pela Académie Française.

Um dos intelectuais mais importantes do século 20, Lévi-Strauss lançou as bases da antropologia moderna e é o fundador da corrente estruturalista das ciências sociais. Sua obra influenciou de forma decisiva não apenas a sociologia, mas também a filosofia, a história e a teoria da literatura.

Ele incorporou aos seus trabalhos antropológicos a teoria estrutural do linguista russo Roman Jakobson, criando a antropologia estrutural. A tese de que os seres humanos estão submetidos a sistemas estruturais inconscientes atravessa como um fio condutor toda a sua obra.

Nascido em Bruxelas em 28 de novembro de 1908, filho de judeus franceses, Lévi-Strauss fez seus estudos secundários em Paris. Na Sorbonne, estudou Direito e Filosofia, disciplina que lecionaria no ensino secundário.

Sua autobiografia intelectual, Tristes Trópicos, publicada em 1955, é frequentemente apontada como um dos grandes livros do século 20. A obra relata experiências vividas por Lévi-Strauss na Amazônia e foi publicada após a passagem do antropólogo pelo Brasil, onde viveu durante três anos.

Nomeado professor de sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo (USP), Lévi-Strauss partiu para o Brasil em 1935, onde realizou missões etnográficas no Mato Grosso e no Amazonas. O resultado é Tristes Trópicos, um minucioso estudo do comportamento social dos indígenas brasileiros.

De volta a Paris no início da Segunda Guerra Mundial, foi enviado ao campo de combate em 1939. Com a invasão nazista, Lévi-Strauss, que era judeu, deixou a França e foi lecionar nos Estados Unidos. Em Nova York, travou contato com Jakobson.

Com o final da Segunda Guerra, retornou à França. Em 1959, foi nomeado professor de antropologia social no College de France, onde lecionou até 1982, quando se aposentou. Em 1973, tornou-se o primeiro etnólogo a ingressar na Académie Française.

AS/afp/rtr/lusa/dpa

Revisão: Rodrigo Rimon