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Ameaças terroristas

13 de outubro de 2009

Ameaças terroristas e supostos treinos de muçulmanos no exterior preocupam autoridades alemãs de segurança. Até 180 pessoas podem ter deixado o país para treinar em campos terroristas no Paquistão e no norte da África.

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Internet é usada como plataforma por terroristasFoto: AP/DW

Desde os atentados terroristas do 11 de Setembro nos Estados Unidos, a Alemanha foi citada como alvo de ataques em pelo menos sete mensagens enviadas por grupos islâmicos.

Tais ameaças estão relacionadas à missão das Forças Armadas Alemãs no Afeganistão, onde a Bundeswehr participa da missão internacional de paz desde 2002. Nos vídeos, terroristas ameaçam com atentados caso as tropas alemãs não sejam retiradas do país.

O Departamento Federal de Investigações (BKA, na sigla em alemão) estima que até 180 pessoas residentes na Alemanha possam ter frequentado campos de treinamento de grupos jihadistas no Paquistão.

Na última legislatura, foi aprovada uma lei criminalizando a participação em tais campos de treinamento, o que levou à prisão de vários suspeitos na Alemanha e permitiu às autoridades a apreensão de material para a confecção de explosivos.

Sicherheit auf Bahnhöfen mehr Polizei nach Al-Kaida Drohung
Policiamento ostensivo na estação de trem do aeroporto de HamburgoFoto: picture-alliance/ dpa

Diferentemente da Fração do Exército Vermelho nos anos 1970, cuja meta era a eliminação de determinadas pessoas, os terroristas que se apresentam na internet como "Movimento Islâmico do Uzbequistão" ou "União da Jihad Islâmica" ameaçam locais simbólicos, que representem os valores do adversário, como a Catedral de Colônia ou a Oktoberfest em Munique.

Atingir o maior número de pessoas é parte da estratégia. Por isso, áreas de grande concentração de pessoas, como aeroportos e estações ferroviárias, tiveram a vigilância policial reforçada na Alemanha.

Internet é plataforma das ameaças

Os portais usados como plataforma para divulgação de ameaças terroristas na Alemanha são em idioma turco, árabe ou russo, e seus nomes e provedores podem ser mudados rapidamente. No entanto, seu público-alvo, jovens muçulmanos radicais sabem onde encontrá-los e como acessar as mensagens de vídeo através de senhas e softwares especiais.

O procedimento é quase sempre o mesmo: um vídeo é anunciado num fórum na internet ou simplesmente aparece numa das páginas principais. Geralmente é oferecido em vários formatos, da versão para celular até o arquivo de alta resolução.

O objetivo é claro: permitir sua reprodução o mais rápido possível, antes do bloqueio pelas autoridades de segurança. Em questão de horas, os vídeos podem ser encontrados em várias outras plataformas, inclusive no YouTube.

Fóruns na internet

Dependendo do caso, a simples divulgação das mensagens terroristas é passível de punição na Alemanha. No início de outubro, um turco de 25 anos foi detido em Stuttgart, acusado de propagar a Jihad (guerra santa islâmica) a partir de casa. "Jihadistas de poltrona" é o apelido dado pelos investigadores a este tipo de suspeito.

A mesma acusação paira sobre um turco-alemão detido no início deste mês e considerado pela Procuradoria Geral da República uma peça ainda mais importante na guerra virtual dos terroristas. Como administrador em um fórum na internet, ele tinha o poder de determinar quem podia postar mensagens e quem podia lê-las. Além disso, ele teria feito experimentos com explosivos.

BKA Mann mit Kofferbombe Hauptbahnhof Köln
Libanês confessou ter colocado explosivos na estação ferroviária de ColôniaFoto: AP

Também os responsáveis pelos atentados fracassados com malas-bomba em 2006 confeccionaram os explosivos a partir de instruções que encontraram na internet.

Treinamento em campos terroristas

Ao mesmo tempo, investigadores alemães acompanham um fenômeno novo: a saída sistemática de muçulmanos da Alemanha em direção a campos situados na fronteira entre Afeganistão e Paquistão, ou no norte da África. Nos últimos 12 meses, as autoridades observaram dezenas de pessoas em tais viagens.

Em alguns casos, a polícia fica sabendo antes da viagem. Em outros, só nos aeroportos é que as autoridades registram que um suspeito está deixando o país e sua possibilidade de ação é limitada, especialmente quando se trata de pessoas com passaporte alemão. Por ser Istambul ou Amsterdã, por exemplo, muitas vezes o primeiro destino da viagem não desperta suspeitas.

Raramente é possível comprovar o destino final da viagem, pois uma rota preferida até o Paquistão é o caminho por terra através da Turquia e do Irã. Ou através da Holanda até o norte da África.

Até 180 pessoas teriam feito estas viagens nos últimos anos. Muitas delas são consideradas altamente perigosas pelas autoridades alemãs de segurança.

Autores: Daniel Scheschkewitz/Holger Schmidt (rw)

Revisão: Rodrigo Rimon