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Função de intimidar

28 de setembro de 2009

Mísseis de longa distância do tipo Shahab 3 são capazes de percorrer distâncias de até 2 mil km, alcançando cidades como Tel Aviv e bases militares americanas no Golfo Pérsico. Testes provocam tensão em todo o mundo.

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Testes com o Shahab 3 em 2008Foto: picture-alliance/ dpa

Como parte de suas manobras militares anuais, o Irã iniciou testes com mísseis de curto e médio alcance. O país possui vasto arsenal desse tipo de armas, e o amplia continuamente. Segundo estimativas de peritos ocidentais e de oposicionistas iranianos, o Irã disporia de mísseis intercontinentais também capazes de transportar ogivas atômicas.

Especialistas estimam que o Irã possua mais de 400 mísseis de médio alcance do tipo Shahab 1 e 2, usados durante os presentes testes. Projéteis como esses têm alcance de até 700 quilômetros. Já os Shahab 3 são de grande alcance, de até 2 mil quilômetros, comparável aos dos mísseis da Coreia do Norte.

Teoricamente, os iranianos poderiam atingir cidades israelenses ou bases militares americanas no Golfo Pérsico. Tel Aviv, por exemplo, fica a apenas cerca de mil quilômetros da fronteira oeste do Irã. Em fevereiro último, Teerã lançou seu primeiro satélite em órbita terrestre com um Shahab 3 modificado. Especialistas ocidentais acreditam que, do ponto de vista do peso, mísseis como estes poderiam ser utilizados para levar ogivas nucleares.

Tática de intimidação

Teheran Raketen Stadtbild
Míssil de longo alacance é exposto na capital TeerãFoto: picture-alliance/ dpa

Os Shahab 3 prescindem de combustível líquido, podendo ser mais facilmente transportados e acionados com maior rapidez. O programa de mísseis de curto e médio alcance foi divulgado em comunicado oficial de Teerã, com intenção, em primeira linha, intimidativa. Parte-se do princípio que o Irã utilizaria as armas no caso de um eventual ataque a uma de suas usinas termonucleares.

Especialistas ocidentais também creem que há um bom tempo o país vem desenvolvendo secretamente num míssil intercontinental. Entretanto ainda teria um longo caminho a percorrer, de acordo com o relatório do serviço secreto dos Estados Unidos, publicado em setembro. Por outro lado, os programas de curto e médio alcance teriam sido acelerados.

Na semana passada, o Irã admitiu a existência de uma segunda unidade de reprocessamento nuclear, além da já conhecida. Segundo consta, as instalações próximas à cidade de Qom encontrar-se-iam no mesmo nível técnico das de Natanz, sendo, porém, melhor protegidas contra ataques. A comunidade internacional ameaça o Irã com o endurecimento de sanções, por seu programa nuclear.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, já negou várias vezes a existência do Estado de Israel. Este país, por sua vez, também sugeriu que se empregassem mísseis para destruir as instalações nucleares do Irã.

Autor: Daniel Scheschkewitz (eab)
Revisão: Augusto Valente