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Fio de luz

31 de agosto de 2009

Medida começa a valer em primeiro de setembro. A saída será gradual: até 2012, as lâmpadas incandescentes serão banidas da União Europeia. Objetivo é economizar energia e poupar o meio ambiente.

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Lâmpada tradicional deve ser trocada por versão econômicaFoto: dpa

Uma enxurrada de lâmpadas econômicas invadiu os supermercados europeus: elas vão substituir definitivamente o espaço deixado pelas lâmpadas incandescentes que, até 2012, serão banidas dos países da União Europeia (UE).

A partir de 1º de setembro, todos os 27 países do bloco econômico estão proibidos de comercializar lâmpadas incandescentes de 100 watts. Os estabelecimentos que têm o produto estocado estão liberados para vendê-lo.

Na mesma data em 2010, saem do mercado as lâmpadas de 75 watts; em 2011, as de 60 watts. Finalmente, em setembro de 2012, serão banidas também as lâmpadas incandescentes de 40 e 25 watts.

A nova lei, oficializada em março de 2009, tem o objetivo de melhorar a eficiência energética da UE. A meta de redução do consumo de eletricidade é de 80 terawatts/hora até 2020 – o equivalente ao consumo da Bélgica ou de 23 milhões de lares europeus. A medida também vai evitar que 32 milhões de toneladas de carbono sejam despejadas na atmosfera por ano e, segundo a Comissão de Energia, gerar uma economia de 11 bilhões de euros.

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Lâmpada incandescente reinou por 130 anos no mercadoFoto: AP

O que muda no mercado

Os europeus parecem já ter tomado decisões favoráveis à lei antes mesmo que ela entrasse em vigor: uma pesquisa feita pela consultoria GfK mostrou que as vendas das lâmpadas tradicionais caíram aproximadamente 35% nos primeiros quatro meses de 2009 nos países da UE. No entanto, na Alemanha e na Áustria, por exemplo, as vendas de lâmpadas incandescentes aumentaram no mesmo período.

Segundo a Philips, líder do mercado, as lâmpadas incandescentes na Alemanha correspondem a 25% das vendas – a mesma porcentagem vale para as do tipo econômicas e de halogênio. Os 25% restantes correspondem a todos as outras variedades, incluindo LED.

De acordo com a Osram, empresa alemã fabricante de lâmpadas e segunda maior no setor, a produção das incandescentes, já há alguns anos, perdeu importância no mercado mundial. Segundo a empresa, a nova legislação é positiva e não deve afetar os negócios.

A Comissão de Energia da União Europeia afasta qualquer possibilidade de falta das lâmpadas econômicas no mercado: um estudo da Agência Internacional de Energia indica que as chances são mínimas – e que a maioria das lâmpadas compradas na Europa são importadas de países do terceiro mundo.

Porque trocar

De toda a energia elétrica fornecida para uma lâmpada incandescente, apenas 8% é transformada em luz – o restante é liberado em calor. O preço da lâmpada eficiente pode custar de 10 a 20 vezes mais do que a comum; por outro lado, a durabilidade da versão econômica é de seis a dez anos.

Segundo informações da Comissão de Energia da UE, a substituição das lâmpadas convencionais num lar europeu pode gerar uma economia de eletricidade de 50%. No final do ano, a conta de energia pode ficar de 25 a 50 euros mais barata.

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Substituição por lâmpadas pode gerar uma economia de até 50% de eletricidadeFoto: AP

Velha história e novos riscos

Foi a partir do projeto de Thomas Edison que a primeira lâmpada de luz incandescente teve sucesso comercial, em 1879. Como a publicidade já era importante naquela época, o inventor exibiu sua criação na Paris Electrical Exhibition, em 1881. De lá pra cá, o utensílio cresceu em importância e ganhou versões diferentes – mas o modelo de Edison resistiu por 130 anos.

A lâmpada fluorescente compacta é um das opções do consumidor à tradicional. O fato dela conter mercúrio chegou a alarmar o mercado consumidor, mas, segundo a Comissão de Energia da UE, não há motivos para preocupações já que as leis europeias obrigam a reciclagem do metal tóxico.

Para os consumidores, será como reciclar uma bateria: as lâmpadas fluorescentes terão que ser entregues a postos de coleta. Ficará a cargo de cada país membro da UE informar a população sobre os riscos do armazenamento do produto depois de inutilizado.

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Alexandre Schossler