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Netanyahu na Alemanha

26 de agosto de 2009

Premiê israelense chega à Alemanha após curta passagem por Londres, onde se reuniu com o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio. Merkel cobrou de Israel maior abertura, com vistas a um consenso.

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Netanyahu foi recebido pelo presidente Horst KöhlerFoto: AP

O chefe de governo de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou nesta quarta-feira (26/08) a Berlim, onde foi recebido pelo presidente alemão, Horst Köhler. A Alemanha é o segundo destino do primeiro-ministro em sua viagem pela Europa, que começou na terça-feira em Londres. Na quinta-feira, Netanyahu se encontra com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e com o ministro das Relações Exterior do país, Frank-Walter Steinmeier.

Merkel apelou novamente a Israel e aos palestinos para que aproveitem a chance de retomar as negociações do processo de paz. A democrata-cristã cobrou de Israel maior abertura a fim de se chegar a um consenso. Em entrevista ao canal de TV N24, Merkel disse que a chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos faz aumentar as chances de sucesso da chamada "solução de dois Estados".

Segundo o Ministério do Exterior, a Alemanha apoia todo esforço nesse sentido. Um porta-voz do governo acrescentou ainda que, até que isso aconteça, a Alemanha "defende que não sejam construídas novas colônias" na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Siedungsbau in Westjordanland
Construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia prossegueFoto: AP

Acordo próximo?

Em Londres, Netanyahu se reuniu com o enviado especial dos EUA, George Mitchell. Após o encontro, ambos divulgaram comunicado conjunto indicando que as negociações de paz no Oriente Médio vão continuar na próxima semana nos Estados Unidos.

Apoiados pelos europeus, os EUA buscam o congelamento das colônias israelenses. Enquanto isso não acontecer, os palestinos se recusam a retomar as negociações, suspensas desde a ofensiva israelense na Faixa de Gaza no final de 2008.

Segundo o jornal The Guardian, Obama estaria próximo de chegar a um acordo com Israel. Os EUA aceitariam aumentar a pressão sobre o Irã na questão atômica. Com a ajuda do Reino Unido e da França, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá impor novas sanções, e Israel, em contrapartida, aceitaria congelar parcialmente a construção de colônias.

Um acordo possível prevê que Israel não comece nenhum novo projeto com subsídio estatal, embora possa completar 2.500 apartamentos que já se encontram em construção. Os palestinos, no entanto, exigem que Israel suspenda completamente a construção e que as negociações continuem onde pararam, em vez de recomeçar do zero.

Polêmica interna

Avigdor Lieberman
O ultranacionalista Avigdor LiebermanFoto: AP

Netanyahu partiu para a Europa logo após que uma declaração do ministro israelense do Exterior, Avigdor Lieberman, causou furor no país. O fundador e presidente do partido ultranacionalista Israel Beiteinu exigiu no começo da semana que apenas jovens israelenses que prestaram serviço militar possam se tornar diplomatas – medida que excluiria árabes e judeus ortodoxos da carreira.

Segundo ele, "em um posto de tanto prestígio como o de diplomata, quem representar o país no exterior precisa atender todos os critérios e se identificar com os princípios fundamentais do Estado, como o serviço militar". Alertado de que a proposta fere a Constituição, revidou que será preciso então alterar a lei no parlamento.

Para a ex-ministra israelense da Educação, Yuli Tamir, do Partido Trabalhista, é inaudito que "um membro do governo em posição de destaque defenda uma política racista e discriminatória contra grandes grupos da sociedade israelense".

RR/lusa/dpa/ap
Revisão: Augusto Valente