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Pessoas com aids vivem mais

Agências (as)1 de dezembro de 2008

Novos medicamentos prolongam a vida das pessoas infectadas com a doença. Número de mortos na Alemanha cai desde o início da década, mas novas infecções registraram alta em 2007.

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Símbolo da luta contra a aidsFoto: picture-alliance/dpa

O número de pessoas que morrem vítimas de aids está em queda na Alemanha, já o número de novas infecções registra leve aumento. Segundo informações do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis), morreram 461 pessoas vítimas da doença no país em 2007.

O número representa um recuo de 8,5% em relação ao ano anterior, quando a doença causou a morte de 504 pessoas na Alemanha, e confirma a tendência de queda no número de vítimas fatais da doença nos últimos anos. Em 2000, 580 pessoas morreram de aids na Alemanha.

O total de novas infecções aumentou para cerca de 2.800 em 2007 – no ano anterior, o número de pessoas que havia contraído a doença estava em torno de 2.700. Segundo cálculos do Instituto Robert Koch, o total de infectados na Alemanha é de 63,5 mil.

De acordo com os estatísticos, a expectativa de vida das pessoas infectadas está aumentando por causa dos novos medicamentos. Em 2007, a idade média das vítimas fatais era de 50 anos. Dez anos antes, era de 42 anos.

Uso da camisinha

A ministra alemã da Saúde, Ulla Schmidt, alertou para a falta de cuidado na prevenção à doença. "A aids não tem cura. A melhor proteção é e continuará sendo usar camisinha", afirmou ao jornal Neue Presse, de Hannover.

Ela disse que há três explicações para o aumento no número de infecções em 2007. "Primeiro, há mais pessoas fazendo o teste e, assim, mais casos são descobertos. Segundo, as infecções com sífilis aumentaram e elas elevam os riscos de infecção com o HIV. Terceiro, alguns grupos de homossexuais masculinos têm um comportamento de risco preocupante."

Já o porta-voz do grupo de trabalho HIV/Aids, o médico Norbert Brockmeyer, alertou para o erro de considerar a aids uma "doença de homossexuais". "Os casos de infecção atingem todos os grupos", salientou em entrevista à emissora Deutschlandradio Kultur. Segundo ele, as mulheres representam em torno de 20% dos casos da doença na Alemanha. Em todo o mundo, elas são mais da metade dos infectados.

O movimento popular cristão Wir Sind Kirche (Nós somos Igreja) apelou ao Vaticano para que reveja suas posições sobre educação sexual e uso de camisinha. "O simples apelo à abstinência não está de acordo com a realidade das pessoas e é extremamente irresponsável", critica documento do movimento laico católico. "A total proibição do uso de camisinha é um grande pecado da nossa Igreja", diz a nota.

Crianças infectadas

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para a Aids (Unaids), o número de vítimas e novas infecções está caindo em todo o mundo. O porta-voz do Unaids, Paul De Lay, disse que 2,7 milhões de pessoas contraíram a doença em 2007, ou 300 mil menos que no ano anterior. Em todo o mundo, há cerca de 33 milhões de infectados, a maioria em países pobres.

De acordo com De Lay, o número anual de mortos caiu de 2,2 milhões para 2 milhões entre 2005 e 2007. Apesar da melhora nos números, a doença se alastra principalmente nos países africanos ao sul do Saara. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que mais da metade dos novos infectados na região são crianças e adolescentes.

Segundo o Unicef, todos os dias 800 crianças morrem vítimas de aids no mundo. Já de acordo com a ONG Médicos Sem Fronteiras, nove em cada dez crianças infectadas não têm acesso a medicamentos. A organização calcula que haja 1,9 milhão de crianças infectadas no mundo.