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Língua & Identidade

Claudia Herrera Pahl (sm) 27 de fevereiro de 2008

A Europa se esforça para que sua população se torne trilíngüe. Além das línguas maternas, o inglês, o alemão e o francês são as mais correntes. Outras, ameaçadas de extinção, também precisam urgentemente de falantes.

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Línguas ameaçadas de extinção têm poucos registros escritos

A língua é o veículo de sistemas de valores e expressões culturais, além de ser um fator determinante da identidade de grupos e indivíduos. No caso do alemão, há cerca de 95 milhões de falantes nativos: 82 milhões na Alemanha, 8 milhões na Áustria e 5 milhões na Suíça, aproximadamente.

Um destino bem diferente, no entanto, aguarda a metade das línguas faladas em todo o planeta. Segundo dados da Unesco, quase 3 mil dos 6 mil idiomas existentes estão ameaçados de extinção. Noventa e seis por cento deles são falados apenas por 4% da população mundial. A cada duas semanas desaparece uma língua, em média.

Todos têm seus defuntos

A extinção das línguas é um fenômeno que também se observa na Alemanha. O polábio, por exemplo, era um idioma falado por tribos eslavas nas imediações das cidades de Lüchow, Wustrow e Dannenbeerg, ao longo dos rios Jeetzel e Dumme. Desta língua extinta no século 17, restaram sobretudo topônimos.

Outras línguas faladas na hoje na Alemanha também poderão ter o mesmo destino. Entre os idiomas ameaçados de extinção estão o baixo-saxão, o alto-sorábio, o baixo-sorábio. O frísio setentrional e o frísio oriental, falados na região alemã da Baixa-Saxônia, no sul da Dinamarca e no noroeste da Holanda, não escaparam ao risco de desaparecimento, apesar de todas as medidas de incentivo.

Frísio na Internet

O frísio é falado hoje por 300 mil pessoas, sobretudo em território holandês. Isso se deve ao recente empenho das autoridades holandesas, que fomentaram nos últimos anos a preservação da língua através da publicação de um dicionário e da transmissão regular de programas de rádio e televisão.

Desde o início do século 19, o idioma estava ameaçado de extinção, mas o interesse pela cultura local aumentou no decorrer do século 20. Este foi o período em que se criaram sociedades para a preservação da língua e da cultura frísias.

Em 1937, o frísio foi aceito como matéria optativa nas escolas primárias da região. No ano seguinte, fundou-se a Academia Frísia. A primeira tradução da Bíblia para este idioma data de 1943. Uma lei de 1955 introduziu o ensino do frísio nos primeiros anos da escola primária. Um ano depois, aprovou-se o uso da língua nos tribunais.

Apesar de todas essas medidas de fomento e da ressurreição gradativa do frísio, ele continua existindo primordialmente como língua oral. A maior parte dos falantes frísios são bilíngües, o que contribui para o aumento de empréstimos de palavras do holandês, alemão ou dinamarquês neste idioma, cujos registros escritos mais antigos remontam ao século 11.

Embora esteja representado na internet, ao contrário de 90% das línguas do mundo, o frísio ainda não escapou à ameaça de extinção.