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Negócio da China

11 de outubro de 2011

Apesar de oferecer ajuda financeira contra a crise, ainda é difícil para a China investir na União Europeia. Para os europeus, o Império do Meio inspira tanto esperança quanto medo.

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Wen disse querer ajudar europeus
Wen disse querer ajudar europeusFoto: AP

Em tempos de crise, a China vem se firmando como um "salvador em potencial" para a Europa. Mas ainda há muita disconfiança dos europeus perante o Império do Meio. Pois a China provoca, na Europa, tanto esperança quanto medo.

No primeiro semestre deste ano, o país investiu o dobro na UE, em comparação com os investimentos no mesmo período do ano passado. Ainda não é o suficiente para tirar a Europa da crise, mas a China promete mais.

"A Europa é um parceiro de importância estratégica para a China", declarou o premiê Wen Jiabao. "Se os europeus estão em dificuldades econômicas, estamos dispostos a ajudar e a aumentar o investimento na Europa", prometeu Wen Jiabao durante o Fórum Econômico Mundial em Dalian, na China, em setembro passado.

Reservas europeias

Entretanto, a crescente influência chinesa ainda é vista com reservas pelos governos e pelos europeus. "As barreiras legais no mercado europeu são muito grandes, bem como as exigências em relação aos padrões sociais, de proteção ambiental e ambiente de trabalho. A maioria das empresas chinesas ainda não consegue cumprir isso", explicou Zhang Haibing, do Instituto de Estudos Internacionais em Xangai.

Para o especialista, a Europa não é um bom polo para uma empresa chinesa. "Se tantas firmas europeias não conseguem sobreviver, como pode uma empresa chinesa conseguir tal façanha?", indagou.

Por outro lado, Zhang disse considerar sensatos os investimentoa chineses na Ásia, África e América Latina.

Um país em crescimento

De qualquer forma, para tirar a Europa da crise, o investimento chinês ainda é muito pequeno. Apenas 1,7% de todo o investimento estrangeiro na Europa provém da China. Por exemplo, a soma total de investimentos chineses na Alemanha chega a 1,3 bilhão de dólares. A Alemanha, por sua vez, já investiu 13 vezes mais no país asiático.

Milhares de firmas alemãs estão presentes na China. De grandes empresas, como a VW, até empresas de médio porte. A China é, no momento, o destino de investimento número 1 dos alemães, superando até mesmo a União Europeia. As empresas chinesas ainda estão longe de conseguir essa posição na Europa.

Investimentos chineses

No entanto, a China já fez investimentos consideráveis no continente europeu. Em 2009, o estaleiro estatal chinês Cosco assumiu a movimentação de contêineres no porto de Pireu, na Grécia. Em 2010, a Volvo foi comprada pela montadora chinesa Geely.

Em junho do ano passado, Pequim anunciou a compra de títulos do governo húngaro, e prometeu tornar a Hungria um centro logístico e de tráfego na Europa Central. Próximo a Colônia, no oeste alemão, a fábricante chinesa de máquinas para construção Sany gastou 100 milhões de euros em uma nova fábrica. E em agosto último, o Banco Central da China garantiu uma participação de 3% na resseguradora Münchener Rückversicherung.

"Estamos constatando que cada vez mais empresas chinesas estão engajadas em investir na Alemanha. Muitas se interessam por uma determinada tecnologia ou pelo acesso ao mercado europeu e a Alemanha é um excelente ponto de partida", comentou  Jan Nöther, diretor da Câmara Alemã de Comércio Exterior em Xangai.

Autor: Markus Rimmele, de Xangai (bv)
Revisão: Carlos Albuquerque