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Conferência de Kiev

19 de abril de 2011

Estrutura móvel de alta tecnologia deverá conter vazamento nuclear por no mínimo cem anos. Sarcófago deveria estar pronto desde 2006. Atual revestimento pode romper.

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Abertura da conferência de doadores para TchernobilFoto: DW
Representantes da comunidade internacional asseguraram recursos para construir um novo contêiner de isolamento nas ruínas da usina nuclear de Tchernobil. Os participantes da Conferência de Kiev, alusiva aos 25 anos da explosão da instalação, prometeram a liberação de 550 milhões de euros para o confinamento do reator danificado.
O presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, saudou as promessas de ajuda financeira e agradeceu a comunidade internacional por não deixar a Ucrânia arcar sozinha com os custos. A Ucrânia esperava receber 740 milhões de euros para completar a construção de uma capa de isolamento de alta tecnologia sobre o reator danificado. O país deverá participar do projeto com 104 milhões até 2014.
Ministros e representantes dos G8, grupo dos sete países desenvolvidos mais a Rússia, assumiram a liderança da conferência, declarando a intenção de financiar a construção da maior parte do que está sendo chamado de "sarcófago", que isolará o reator, substituindo a estrutura de concreto e aço utilizada até momento.
Preocupação vizinha
Francois Fillon
François Fillon quer rápida decisão de outros paísesFoto: AP
Países geograficamente próximos como Turquia, Hungria, Romênia e Eslovênia também prometeram mobilizar recursos. O presidente do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (Berd), Thomas Mirow, anunciou que irá liberar de 120 milhões a 180 milhões de euros para o projeto e a Comissão Europeia, 110 milhões.
O primeiro-ministro francês, François Fillon, acredita que mais países, entre os 50 presentes à conferência, devam participar do financiamento.
Fillon apelou para que os Estados que ainda não anunciaram a liberação da ajuda financeira decidam-se "rapidamente" sobre a questão. A Ucrânia espera arrecadar os recursos não somente junto a governos, mas também com organizações internacionais.
O recente desastre nuclear na usina de Fukushima também foi lembrado durante a conferência. As delegações presentes expressaram solidariedade com os esforços japoneses para resolver a crise em seu território. Devido à concentração de recursos em Fukushima, o Japão anunciou que não vai participar da mobilização internacional em torno de Tchernobil.
Sarcófago
Symbolbild Tschernobyl
Acidente na usina nuclear de Tchernobil ainda concentra atenção mundialFoto: picture alliance/dpa
O reator nuclear destruído há 25 anos em Tchernobil deveria ter sido isolado por um sarcófago de 29 mil toneladas há alguns anos. O confinamento de concreto e aço que reveste o reator precisa ser retirado porque ameaça romper. A organização ambiental Greenpeace calcula que os custos para a construção da estrutura podem chegar a 1,6 bilhão de euros.
O sarcófago planejado em 1992 tinha construção prevista para 2005 e 2006. A meta é instalar uma estrutura que dure no mínimo cem anos.
O Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento quer que o sarcófago esteja pronto até 2015. Ele deverá ser móvel, montado fora da região do reator, sendo deslocado posteriormente através de trilhos para a área danificada da usina.
O projeto de construção do sarcófago prevê uma altura de 110 metros, largura de 164 metros e 257 metros de comprimento. O acidente nuclear de Tchernobil, cidade localizada a 100 km de Kiev, na fronteira da Ucrânia com Belarus, ainda é considerado o pior da história. "A catástrofe de Tchernobil deixou feridas profundas com as quais a Ucrânia terá que viver por ainda muitos anos", disse o Yanukovich.
MP/afp/rtr/dpa/lusa
Revisão: Carlos Albuquerque