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Negócio da China

31 de março de 2011

Moedas vendidas pelo Banco Central da Alemanha como sucata eram "recicladas" pela quadrilha e trocadas por dinheiro novo no próprio Banco Central. Grupo operava na China e tinha como cúmplices funcionários da Lufthansa.

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Foto: AP

O Banco Central da Alemanha foi vítima de um golpe milionário envolvendo moedas de euro, segundo investigações da Promotoria Pública de Frankfurt divulgadas nesta quinta-feira (31/03). Entre fevereiro de 2007 e novembro de 2009, uma quadrilha teria trocado 29 toneladas de moedas de 1 e 2 euros que haviam sido inutilizadas e vendidas como sucata pela própria autoridade monetária.

A fraude teria acontecido com a cumplicidade de comissários de bordo da companhia aérea alemã Lufthansa, já que a quadrilha operava na China e tinha de levar de volta para a Alemanha toneladas de moedas de euro. Segundo os investigadores, os falsários recuperavam parcialmente as moedas e as apresentavam como moedas danificadas ao Banco Central alemão, que troca cédulas e moedas danificadas por dinheiro novo, restituindo o valor integral. O golpe teria rendido 6 milhões de euros aos falsários.

Seis pessoas já foram detidas durante uma batida policial feita em dez residências e escritórios comerciais nas cidades de Frankfurt, Offenbach, Fulda e Mörfelden-Walldorf. Os acusados são quatro chineses, um chinês com passaporte alemão e um alemão, com idades entre 28 e 45 anos. Três deles trabalham como comissários de bordo. Os suspeitos estão sendo acusados de estelionato e derrame de dinheiro falso no mercado.

As autoridades confirmaram uma reportagem publicada pelo jornal alemão Bild, na qual consta que os acusados, com apoio de cúmplices, teriam trazido de volta à Alemanha toneladas de moedas sucateadas exportadas para a China. Elas foram então trocadas no Banco Central alemão como moedas danificadas. O Banco Central da Alemanha é único da União Europeia que troca gratuitamente moedas danificadas.

Para fazer a troca, é necessário adquirir uma sacola especial, colocar as moedas dentro da sacola e enviá-las ao Banco Central alemão. Como o banco faz um controle das sacolas por amostragem, baseando-se em primeiro linha no peso da sacola para determinar o valor total, a fraude se torna possível, dizem especialistas.

A Promotoria informou que não existe suspeita de envolvimento de funcionários do Banco Central. Um porta-voz da Lufthansa disse que a companhia aérea foi notificada pelas autoridades sobre as investigações contra alguns funcionários.

BR/rtr/dapd
Revisão: Alexandre Schossler