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Crise humanitária

1 de março de 2011

ONGs que chegaram ao leste da Líbia afirmam que "situação é muito grave", diz diplomata da União Europeia. Equipamentos médicos, remédios e alimentos estariam ficando escassos no país.

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Trabalhador líbio diante de mercadinho de verduras em BenghaziFoto: AP

O secretário-geral do serviço diplomático europeu, Pierre Vimont, disse nesta terça-feira (01/03) que os refugiados que mais necessitam de ajuda são egípcios que deixaram a Líbia, onde trabalhavam, e pretendem chegar ao seu país através da Tunísia. Seu número oscilaria entre 20 mil e 30 mil.

Até agora, a UE teria disponibilizado 3 milhões de euros em ajuda humanitária. Além disso, teriam sido enviados especialistas à região atingida pela fuga em massa para avaliar a situação, disse Vimont.

Também nas Nações Unidas cresce a preocupação com o abastecimento da população líbia. A ONU adverte que na capital, Trípoli, que supostamente continua sob controle do regime de Muammar Kadafi, já faltam alimentos, remédios e material para curativos.

Apelo às nações vizinhas

Um quadro exato da situação, no entanto, não pode ser feito, já que os funcionários da ONU foram retirados por questões de segurança, disse Valerie Amos, subsecretária-geral de Assistência Humanitária das Nações Unidas, na segunda-feira em Nova York.

Ela assinalou que, segundo a emissora árabe Al Jazeera, circulam informações de que em Trípoli teriam sido mortas entre 600 e 2 mil pessoas. As Nações Unidas calculam que a violência na Líbia provocou a fuga de mais de 100 mil pessoas aos países vizinhos.

Cerca de 60 mil pessoas teriam ido para o Egito e 40 mil para a Tunísia. Amos apelou para que as nações vizinhas à Líbia mantenham suas fronteiras abertas para acolher os perseguidos pelo regime de Kadafi.

Armas de Belarus para a Líbia

Enquanto isso, é possível que Kadafi e sua família estejam preparando sua fuga para Belarus. Indícios neste sentido foram divulgados pelo Instituto de Pesquisas da Paz (Sipri, do inglês), de Estocolmo, que detectou pelo menos dois voos do jato particular de Kadafi entre Trípoli e um aeroporto de Belarus nos últimos sete dias.

Hugh Griffiths, especialista do Sipri, disse nesta terça-feira à emissora sueca SR que os voos foram identificados, sem sombra de dúvidas, por um sistema de vigilância de transporte de armas. Segundo ele, estaria comprovado também que nas últimas semanas Belarus forneceu 40 toneladas de armas à Líbia. O pagamento ao país altamente endividado provavelmente teria sido feito com diamantes, acrescentou Griffiths.

O Ministério do Exterior de Belarus refuta as acusações, que considera "mentiras" e "guerra de informação" contra o país. O chefe de governo bielorrusso, Alexander Lukashenko, é considerado o último ditador da Europa.

RW/kna/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque