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Presidência rotativa

1 de janeiro de 2011

A Hungria assume, da Bélgica, a presidência rotativa da União Europeia, em meio a críticas severas por sua nova lei de imprensa. Crise do euro deve continuar como tema dominante da gestão.

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A Hungria recebeu presidência da BélgicaFoto: DW/EU

Sob o olhar crítico de seus parceiros, a Hungria assumiu neste sábado (1/1), por seis meses, a presidência rotativa da União Europeia (UE), substituindo a Bélgica. Ao mesmo tempo, começou a vigorar a nova polêmica lei de imprensa húngara, prevendo um rígido controle do Estado sobre a mídia.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, rejeitou as acusações à sua lei de imprensa, dizendo estar sendo "mal interpretado" e alegando que leis similares "existem em outros países da UE". O político populista de direita apresenta a presidência de seu país como um benefício para a UE, especialmente em tempos de crise. "Os húngaros são um povo experiente, que conseguiram superar muitas crises, por isso posso dizer que é uma coisa boa para a Europa ter uma presidência húngara", afirmou Orban em uma entrevista publicada no site da União Europeia.

Lei de imprensa é motivo de críticas

A lei de mídia prevê a criação de um órgão de supervisão ao qual pertencem membros do partido do governo. Caso este veja problemas em alguma reportagem, pode cobrar multas pesadas aos veículos que a publicaram o que, para alguns meios de comunicação, pode significar a ruína.

Viktor Orban
Orban acha que é mal entendidoFoto: AP

O governo alemão, assim como os governos da República Tcheca e de Luxemburgo, além de diversas organizações de defesa dos direitos humanos, criticam a lei. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, fez um apelo para que Budapeste respeite as normas da UE.

Segundo o ministro do Exterior húngaro, Janos Martonyi, a nova gestão deve priorizar a crise do euro. "Eu acho que nada agora é tão importante como acalmar os mercados e superar a crise", disse.

Os húngaros também vão continuar ocupados com a questão do chamado governo econômico europeu, ou seja, lutando para conseguir o maior grau possível de coordenação das políticas econômicas e financeiras dos Estados da zona do euro. A própria Hungria não pertence à zona do euro e tem grandes problemas orçamentários e econômicos.

Húngaros perderam entusiasmo pela UE

Politiker Janos Martonyi
Para Martonyi, superar crise do euro é prioridadeFoto: AP

Enikö Györi, secretária húngara de Estado para Assuntos Europeus, vê certo estranhamento de seus compatriotas com relação à UE. "As pesquisas de opinião não são muito animadoras. O povo da Hungria vem perdendo seu entusiasmo pela UE desde a adesão ao bloco. Já é hora de mudar isso", opina.

Para o governo húngaro, está claro que muitos de seus projetos originais terão que ficar de lado, devido à crise do euro. Entre eles, segurança energética, a parceria com o Leste Europeu e a aproximação com os Bálcãs. Entretanto, há um projeto do qual o ministro do Exterior húngaro não quer desistir de maneira nenhuma, por ser prioritária para Budapeste: um plano de desenvolvimento para a região abrangida pelo rio Danúbio.

"A estratégia para o Danúbio é muito complexa. Inclui questões de proteção do meio ambiente, infraestrutura, transporte e turismo, além de cultura, o patrimônio cultural, identidade da Europa Central e a identidade europeia como um todo. A Hungria sente-se no compromisso de demonstrar isso ao restante da Europa", afirma Martonyi.

Autor: Christoph Hasselbach (md)
Revisão: Roselaine Wandscheer