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Bicicletas respondem por 9% do trânsito alemão

ms11 de abril de 2004

Pedalar faz parte do cotidiano na Alemanha. O maior automóvel clube do país apurou quais cidades têm melhor infra-estrutura para este meio de transporte e como anda a rivalidade entre ciclistas e motoristas.

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Münster é o paraíso dos ciclistasFoto: AP

Andar de bicicleta na Alemanha é muito mais que uma atividade de lazer. Muitos praticam ciclismo como esporte e boa parte da população utiliza a bicicleta como meio de transporte cotidiano ou para turismo.

Apesar disso, a Alemanha ainda faz muito pouco em prol dos ciclistas, concluiu o Adac, o maior automóvel clube da Alemanha, após um estudo em 22 cidades de médio porte (de 190 mil a 650 mil habitantes) do país.

A cidade que dispõe das melhores condições para os ciclistas é Münster, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália. O estudo do Adac levou em consideração o número de acidentes, a segurança e o conforto das ciclovias e também a sinalização e diversos serviços, como estacionamento para bicicletas.

Em Münster a estrutura é tão boa, que o ciclismo já corresponde a 35% do trânsito local, enquanto a média nacional é de 9%. A cidade beneficia-se de seu relevo plano e é tida como modelo nacional. Não por acaso, Münster abriga o Museu da Bicicleta.

Em segundo lugar no ranking do Adac ficou Kiel, no litoral do Mar Báltico, e, em terceiro, Krefeld, na região do Reno-Ruhr.

Considerando a classificação geral, as cidades do leste da Alemanha ainda não alcançaram o mesmo nível dos estados do oeste do país. Dresden e Magdeburg, por exemplo, ficaram abaixo da média. Erfurt ficou em último lugar.

Melhorar a infra-estrutura

Radfahrer im Straßenverkehr
Ciclistas no trânsitoFoto: BilderBox

“A utilização da bicicleta como meio de locomoção ainda precisa de mais atrativos”, frisa Günter Knopf, vice-presidente do Adac. Ele aponta a necessidade de as prefeituras incentivarem este meio de locomoção ecológico, oferecendo aos ciclistas melhor infra-estrutura e serviços adicionais, como oficinais para o conserto rápido de bicicletas.

O cuidado com as ciclovias também merece atenção especial. Não é raro que uma ciclovia termine antes do final da rua ou que seja estreita e mal sinalizada. A bicicleta ocupa posição de destaque no trânsito urbano alemão e não deve ser negligenciado, ressalta Knopf.

Ciclistas e motoristas batalham nas ruas

Estima-se que em todo o território alemão circulem mais de 74 milhões de bicicletas e 48 milhões de automóveis. Muitos proprietários de carros também possuem bicicleta. Entre as vítimas de acidentes de trânsito, 10% são ciclistas.

Deutsche Radtouristen in Aceh Indionesien Tot
Muitos alemães fazem turismo de bicicleta, até mesmo em lugares longínquos, como a IndonésiaFoto: AP

O convívio entre motoristas e ciclistas nunca foi dos mais pacíficos. Ciente desta realidade, o Adac ouviu 4400 usuários de ambos os meios de transporte para avaliar a situação atual. O resultado confirmou que a rivalidade persiste e de forma acentuada.

Bicicletas sem luz, ultrapassagem entre veículos parados no sinal vermelho, circulação pela rua apesar da existência de ciclovias e manobras não sinalizadas são as principais queixas dos motoristas em relação aos ciclistas.

Já estes reclamam que os motoristas não respeitam a preferência das bicicletas em cruzamentos, nem zelam por distância e velocidade seguras nas ultrapassagens, além de estacionarem em cima das ciclovias e costumarem abrir a porta dos carros sobre estas sem olhar antes pelo espelho retrovisor.

O vice-presidente do Adac lembrou que só a aceitação mútua pode acabar com a disputa entre motoristas e ciclistas. Se cada um respeitar as regras de trânsito e adotar uma postura mais tolerante, a convivência entre bicicletas e veículos será bem menos estressante.