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BMW: Uma marca poderosa da Baviera

Laís Kalka10 de fevereiro de 2004

O fabricante de limusines cobiçadas pelos apreciadores de carros de luxo em todo o mundo começou na segunda década do século 20 com a produção de motores para um meio de locomoção que estava engatinhando: os aviões.

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Há mais de 30 anos, chama a atenção de todo visitante da Vila Olímpica de Munique um edifício próximo com quatro marcantes torres cilíndricas, que pretende simbolizar "prosperidade, autonomia e perfeição técnica com um toque de utopia". Trata-se da sede da Bayerische Motoren Werke (Fábrica de Motores da Baviera), empresa conhecida por sua sigla BMW.

Os dois pontos de referência no norte da capital bávara são contemporâneos. A sede central da BMW ficou pronta por fora em 1972, pontualmente para os Jogos Olímpicos que se realizaram naquele ano em Munique. Quando os funcionários se mudaram para lá, em 1973, as dependências já eram pequenas para a empresa que, com mais de 50 anos de existência e uma história de altos e baixos, estava em fase de franca expansão.

Tudo começou com o avião

O germe do grupo que hoje produz automóveis de alta classe cobiçados em todo o mundo, motocicletas, e inclui as marcas Mini e Rolls Royce, remonta a 7 de março de 1916, quando foi fundada a Fábrica de Aviões da Baviera, sucessora de uma firma já existente desde 1913. Pouco mais de um ano mais tarde, a firma foi rebatizada com o nome que mantém até hoje. A lembrança do produto original, o avião, está presente no logotipo da BMW, que lembra uma hélice em rotação vista de frente. O azul e o branco que se alternam nos campo do círculo são as cores do Estado da Baviera.

Ju 52
O legendário Junkers 52Foto: AP

A Primeira Guerra Mundial proporcionou um crescimento rápido à empresa, que logo construiu amplas instalações nas proximidades de um aeroporto. Até 1918, ela forneceu motores para aeronaves militares. O Tratado de Versalhes, assinado após o fim do conflito mundial, proibiu porém à Alemanha a fabricação de motores para aviões durante cinco anos. A BMW passou a fornecer motores de quatro cilindros para caminhões e barcos, sem muito sucesso. Um motor para motocicletas fabricado a partir de 1920 abriu novas perspectivas à jovem empresa. Mais tarde, a BMW voltou a fabricar motores para aeronaves, tendo entrado para a história da aviação com o modelo 132, que equipava o legendário Junkers 52.

Outros marcos das primeiras décadas

A BMW deve o sucesso de seus produtos na fase inicial ao visionário engenheiro Max Friz. Um motor de seis cilindros para aeronaves desenvolvido por ele valeu à empresa o primeiro recorde mundial de sua história: o de altitude de vôo, com 9760 metros, em 1919.

Foi Friz que desenvolveu também a primeira motocicleta BMW, a R 32, com motor boxer de dois cilindros, lançada no Salão de Berlim em 1923. Utilizou então o princípio de construção mantido até hoje nas motocicletas da marca: motor boxer e transmissão secundária por eixo cardã. Já em 1929, o piloto Ernst Henne bateu com uma motocicleta BMW o recorde mundial de velocidade sobre duas rodas, com 216 km/h.

No ano anterior, a empresa de Munique comprara no leste do país a Fábrica de Automóveis de Eisenach, que montava o Austin Seven sob licença e o vendia com o nome de Dixi. A BMW avançou no desenvolvimento do modelo e passou a oferecê-lo com diferentes carrocerias. O carrinho adquiriu grande popularidade, tendo ajudado a superar as dificuldades durante a grande crise econômica da época.

O BMW 328, modelo esportivo lançado já na década seguinte, é mais um marco na história da empresa: entre 1936 e 1940, o arrojado Ernst Henne venceu mais de 130 competições pilotando o automóvel, do qual só foram construídas 464 unidades, mas que continua entusiasmando os aficionados de carros de corrida com suas formas marcantes.

Dados atuais e presença no Brasil

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Sede e logotipo da BMWFoto: AP

A difícil situação econômica mundial da atualidade não impediu que o Grupo BMW encerrasse 2003 computando um recorde de vendas: mais de 1,1 milhão de veículos das marcas BMW, Mini e Rolls Royce, 4,5% a mais do que no ano anterior. O faturamento diminuiu 2,1% para 41,5 bilhões de euros, mas isto se deve à queda na cotação do dólar. Presente em todas as partes do mundo, o conglomerado dá emprego a um total de mais de 104 mil pessoas.

Para a cobertura dos mercados da América Latina, a empresa considera importante sua presença no Brasil, onde lidera a venda de carros importados há três anos. A BMW conquitou ainda o título de Marca Mais Querida do Brasil em 2004, em concurso promovido entre leitores de uma revista especializada.

Um pacote majoritário das ações da BMW, no valor de mais de 12 bilhões de euros, encontra-se em mãos da poderosa família Quandt, de origem holandesa calvinista, que emigrou para a Alemanha em 1700. Foi em 1959 que Herbert Quandt assumiu o controle ao aumentar sua participação na empresa, que atravessava então uma séria crise, evitando assim que ela fosse à falência.